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Xira Expo não cativa visitantes

Xira Expo não cativa visitantes

Feira das Actividades Económicas de Vila Franca de Xira com 20 por cento do público previsto

A Xira Expo não convenceu os empresários e os visitantes. A Feira das Actividades Económicas de Vila Franca de Xira passou longos períodos deserta e quem visitou o certame ficou com o sabor a pouco. A organização fez balanço positivo e já está a preparar a segunda edição.

“Ainda falta tanto para as onze da noite. Que tédio, não aparece ninguém”, a expressão de uma promotora que na noite de sexta-feira procurava clientes para o cartão de uma grande superfície é bem elucidativa. A Xira Expo - Feira das Actividades Económicas do concelho de Vila Franca de Xira decorreu de quarta a domingo no Parque Urbano e no Pavilhão do Cevadeiro e não cativou o público.A organização esperava 30 mil visitantes, mas o número de bilhetes vendidos não atingiu 20 por cento da estimativa, apesar do forte investimento na divulgação da feira. Fonte da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira confirmou a O MIRANTE que foram registadas cerca de seis mil entradas.O fim de semana prolongado e quente, a final da Taça de Portugal no domingo, e a falta de interesse da iniciativa são razões apontadas por visitantes e expositores para o insucesso.“Não é o folclore que atrai visitantes para uma feira deste tipo. A organização deveria ter apostado mais na animação. Nós também poderíamos colaborar com a cedência de som e convidando artistas amigos”, sugeriu José Carlos Moura, proprietário da Disco-Som, uma empresa com uma tradição de 25 anos na venda de instrumentos musicais em Vila Franca de Xira. O seu espaço foi o mais animado do Pavilhão do Cevadeiro com vários músicos a experimentarem os instrumentos expostos.José Carlos Moura reconhece que a feira foi útil em termos de contactos e equaciona a hipótese de voltar numa segunda edição. Apesar de considerar que o valor pago pelos módulos (cerca de 1500 euros) está ao nível das feiras nacionais em Lisboa. “É muito caro e o preço afastou algumas empresas”, acrescentou.Num stand próximo, a Grafimeios , empresa de decoração e design de Vialonga, aproveitou os contactos com outros expositores para criar potenciais clientes. O responsável pela empresa, Paulo Lira ficou satisfeito com a experiência, mas lamentou a reduzida afluência do público. “As datas não foram bem escolhidas”, referiu. O empresário sugeriu a mudança de horários da feira “porque ninguém vai a uma feira destas às 11h00”.O expositor considerou que havia um vazio entre o início da feira na entrada do parque e o pavilhão e defendeu que o espaço poderia ser preenchido com outro tipo de empresas ou produtos. A criação de novos incentivos para visitantes é outro ponto a ter em conta para a segunda edição, segundo o expositor que defende a manutenção das entradas pagas. O bilhete custava apenas um euro, mas alguns visitantes voltaram para trás quando se aproximaram da bilheteira.Faltam motivos de interesseLara Mendes deslocou-se de Alverca para visitar a Xira Expo e durante a visita confessou que esperava mais. “Está muito morta e não tem grandes motivos de interesse nem para nós nem para as crianças”, disse. Valeu a proximidade do parque infantil para prender os filhos durante os 10 minutos em que visitou o pavilhão. Até o Xiro, a simpática mascote de Vila Franca de Xira em tamanho gigante, sentiu dificuldade em encontrar companhia. João Lourenço, da Póvoa de Santa Iria, esperava uma feira mais animada e lamentou a ausência de tasquinhas com petiscos. Apesar de haver um restaurante e uma roulote com bifanas e cachorros, o “bom garfo” optou por ir jantar a um restaurante na cidade. “Mesmo que tivesse muito dinheiro não comprava nada nesta feira. Não tem interesse para a maioria das pessoas”, acrescentou.Inácio Palma, um visitante de Alenquer, gostou de ver a actuação dos ranchos folclóricos. O idoso elogiou também os espaços das juntas de freguesia onde as autarquias expuseram o que tinham de melhor. “Em ano de eleições é uma boa propaganda”, ironizou.Os candidatos que desfilaram na exposição não colheram muitos frutos porque os eleitores não abundaram.A feira reuniu mais de oito dezenas de empresas de pequena, média e grande dimensão. Esteve lá a Valorsul, a Solvay, a Iberol, mas também estiveram empresas familiares que fizeram um enorme esforço para suportar o investimento feito na iniciativa. “Foi a primeira vez, esperamos que para o ano corra bem e que a organização reconheça as nossa dificuldades e facilite com a redução dos preços”, disse um expositor que pediu anonimato “para não melindrar ninguém”.Organização faz balanço positivoA Xira Expo foi uma organização conjunta da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, da ACIS-Associação do Comércio e Indústria e Serviços dos Concelhos de Vila Franca de Xira e Arruda dos Vinhos da Adine-Associação de Dinamização Empresarial da Região de Vila Franca de Xira. João Barroca, presidente da ACIS, disse a O MIRANTE que a organização analisou os pontos fortes e fracos e considerou que o saldo foi positivo. “Os empresários ficaram satisfeitos e querem continuar esta aposta”, disse.O número de visitantes ficou aquém da expectativa e a organização reconhece que para isso contribuiu a data escolhida. Para o ano a Xira Expo será antecipada uma ou duas semanas para não coincidir com outras feiras e festas da região. Quanto aos preços praticados, a organização garante que “são preços de mercado e abaixo da média das feiras de dimensão regional”. O certame tinha um custo previsto de 113 mil euros que poderá ser reduzido em 2006 porque “a imagem já está criada”.Nelson Silva Lopes
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