Não fiquei surpreendido com o desfecho do julgamento do ex-vereador da câmara de Tomar, sr. António Fidalgo. Claro que a decisão final do assunto pode não vir a ser esta porque as partes podem recorrer do acórdão proferido, mas tudo indicava que os actos sexuais eram consentidos. Só assim se compreende que algumas das queixosas não se inibissem de ter gestos carinhosos e íntimos para com o autarca em público, chegando ao ponto de se sentarem ao seu colo.Mas esta questão não se resume a um problema entre o senhor António Fidalgo e as funcionárias. É preciso perceber que as situações dadas como provadas pelo tribunal se passavam na câmara municipal nas horas de serviço. Ou seja, em vez de estarem a trabalhar, funcionárias e vereador entretinham-se em jogos sexuais. É uma situação grave e que não deveria passar impune.O que vai fazer o Presidente da Câmara perante um acórdão de um tribunal que dá como provada a existência de “actos sexuais de relevo” no interior da autarquia que dirige? Pessoalmente aguardo com alguma curiosidade o que se irá passar. Se não agora, pelo menos quando este processo chegar ao fim.Maria Luísa Pacheco