uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
A culpa foi dos touros

A culpa foi dos touros

Corrida sem brilho em Vila Nova da Barquinha

A mansidão dos touros retirou brilho à corrida nocturna que pretendia relançar a praça de Vila Nova da Barquinha como um dos grandes palco da tauromaquia nacional.

A corrida de touros à portuguesa da noite do dia 10 de Junho, em Vila Nova da Barquinha, prometia. Um cartel de luxo, uma praça muito bem composta com um público disposto a aplaudir, mas os touros, da ganadaria de Manuel Veiga, decidiram vetar a corrida e foram de uma mansidão atroz. Apenas o segundo da noite deu um ligeiro ar de graça e permitiu uma lide mais acertada a Luís Rouxinol.A empresa Sociedade Entre Barreiras fez uma aposta forte nesta corrida de Vila Nova da Barquinha, montou um espectáculo que se previa brilhante e o público correspondeu, só não esperava era a falta de casta e bravura dos touros.Não houve triunfadores, os cavaleiros estiveram diligentes, tudo fizeram para retirar dos animais algum “sumo”, mas tudo foi em vão. Assim sobrou para os forcados os momentos de alguma emoção. Podendo mesmo dizer-se que conseguiram dar um pouco de vida à monotonia da noite.Para Rui Salvador, também ele a entrar desastrado, saíram dois touros sem qualquer condição de lide. No primeiro o cavaleiro de Tomar esteve muito mal. Contagiado pela mansidão do animal, Rui chegou a falhar o touro na hora de colocar o ferro. No segundo melhorou um pouco mas não teve qualquer brilho. Tentou alegrar a festa com a colocação de dois ferros de palmo, mas fê-lo com o touro praticamente parado.Luís Rouxinol teve a sorte de o seu primeiro touro lhe sair o único que deu alguma lide. Conseguiu assim uma actuação acertada, colocando três ferros curtos de grande categoria, e no final da lide colocou dois pares de bandarilhas entusiasmando o público. No segundo não teve melhor sorte do que os seus companheiros, limitando-se a colocar a ferraria.Sónia Matias, a coqueluche do toureio a cavalo, também passou sem glória pela praça da Barquinha. Os dois touros que lhe calharam em sorte eram mansos de “morrer”. Apesar de ser muito diligente não conseguiu mais do que colocar a ferragem da ordem, com os touros praticamente parados.Foram os forcados de Tomar que, face à mansidão dos touros, tiveram a tarefa mais difícil, mas com três pegas de grande qualidade conseguiram dar um pouco de alegria à corrida. Destacaram-se Rui Coimbra, que apesar de só conseguir consumar a pega à terceira tentativa o fez de uma forma espectacular, Luís Campilho com uma pega brilhante no quinto da noite, e Pedro Sousa, que esteve enorme no último.É igualmente justo destacar o forcado Rui Feijão que como primeira ajuda, dada em praticamente todas as pegas, contribuiu para o brilho dos seus companheiros. Com a sua coragem, a sua força e a sua garra não há muitos primeiros ajudas nos grupos de forcados portugueses. Foi enorme a levar pancada e a levantar-se de imediato para voltar a ajudar os seus amigos.Insatisfeitos estavam os responsáveis da empresa Entre Barreiras. “Estamos tristes, apostámos forte nesta corrida porque queremos relançar a carismática Praça de Touros de Vila Nova da Barquinha. Montámos um cartel digno das maiores praças do país, confiámos nos touros de uma ganadaria prestigiada, como é a de Manuel Veiga, mas infelizmente os touros não corresponderam e tiraram brilho à corrida”, dizia no final o prestigiado empresário Manuel Gonçalves.
A culpa foi dos touros

Mais Notícias

    A carregar...