uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Visionário Manuel Serra d’Aire

Visionário Manuel Serra d’Aire

A tourada anda pelas horas da morte. Vê lá tu que uma corrida de homenagem a Mário Coelho, em Vila Franca de Xira, não meteu mais de mil pessoas num domingo soalheiro. E estava-se no início do mês, com dinheiro fresco nos bolsos, porque a tourada não é para tesos.Ou seja, em pleno Ribatejo a actividade que é imagem de marca da região não conseguiu meter mais gente que um jogo do Fazendense ou do Amiense ou uma manifestação da CGTP. Não sei o que pensam disto os homens da festa brava, mas eu a eles começava a pensar em arranjar soluções para atrair espectadores. Como a oferta de boi na brasa ao público após a corrida, por exemplo. Caso contrário, os touros daqui a uns anos só servirão mesmo para acompanhar um bom tinto.Como são sempre os mesmos que vão à tourada, seria importante apostar no público jovem e feminino, obrigando forcados e cavaleiros a apresentarem-se em trajes bem mais leves, de preferência em tronco nu e tanga tipo Tarzan. Aqueles barretes e casacos são uma vergonha. E meias daquelas já não se usam desde que eu fiz a primeira comunhão. Para ver fatiotas esquisitas prefiro ir ao Bairro Alto, que pelo menos é de borla.A imagem hoje é muito importante, como tu bem realças na tua última epístola electrónica. E neste tempo de calor a importância é a dobrar. Basta ver como as mulheres portuguesas andam descapotáveis para se ter a certeza que anda aí uma conspiração para dar cabo de mim e de muitos outros portugueses apreciadores de boas curvas.Digo mais: isto é um autêntico atentado à segurança rodoviária. Ainda há dias vi um gajo enfiar-se na traseira de uma carrinha porque ia a comer com os olhos uma moça meio descascada que caminhava no passeio. A rapariga devia ser multada por perturbar a atenção do pobre condutor e pagar os estragos. É que um homem não é de ferro…Incontornável Manel, já há presidente no Politécnico de Tomar. Eu pensava na minha santa ignorância que o cargo era vitalício, mas afinal não. E concorreram quatro candidatos. Quando soube de tanta concorrência pensei com os meus botões: ainda há gente voluntariosa que se predispõe a abdicar do precioso tempo para a família e para os amigos para servir a causa pública. Uns autênticos escuteiros com título académico.Só que passados uns dias descobri que o presidente de um politécnico leva mais de mil contos por mês para casa. Ficou explicada a razão para tanta candidatura. Afinal de contas a quem é que não dá jeito tanta massa, com a crise que para aí vai. Até eu, se pudesse, tinha entrado naquela corrida ao ouro. E agora, para terminar em beleza, deixa-me anunciar-te quem é o candidato do CDS à Câmara de Santarém. Pois é: nem mais nem menos que o omnipresente Herculano Gonçalves, um dos candidatos profissionais da região, a par com Miguel Relvas, Jorge Lacão ou Luísa Mesquita. O simpático político da pêra não perde uma refrega eleitoral, mesmo que seja para perder por muitos. Já aconteceu assim em Alcanena e arrisca-se a ser assim em Santarém se os eleitores se lembrarem que foi ele que quis despachar uma freguesia do concelho para o município vizinho da Golegã. Há pessoas que nem de porrada são fartas! O que será que lhes vai na cabeça? Serra d’Aire Freud, se souberes responde-me.Um bacalhau na brasa do Serafim das Neves
Visionário Manuel Serra d’Aire

Mais Notícias

    A carregar...