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Endiabrado Manuel Serra D’Aire

Endiabrado Manuel Serra D’Aire

Registo com agrado que a tradição ainda é o que era e que as mais genuínas e ancestrais manifestações populares mantêm-se firmes e hirtas como o Zezé Camarinha quando topa uma inglesa a jeito. O arraial de paulada que houve na festa da paróquia de Casais, em Tomar, bate aos pontos qualquer recriação histórica das que se realizam por aí e faz mais pela promoção dos festejos que vinte megafones juntos. Se não fosse esse episódio alguém se lembrava hoje da festa de Casais?Quando os políticos falam da necessidade de um Portugal mais inovador e competitivo não estão com certeza a pensar em Casais. Ali imaginação não falta e a cachaporra pode mesmo vir a tornar-se o seu petróleo. Não surpreende por isso que o próprio presidente da junta tenha sido acusado de lá andar metido. Se foi verdade só fez foi bem, pois há que dar o exemplo em prol do desenvolvimento da terra.Este ano a coisa ainda foi meio improvisada, mas para o ano estou certo que já terão de montar bancadas amovíveis para o pessoal poder assistir a mais uma sessão de paulada por altura da festas. Vai ter mais fama que os touros de Barrancos. Porque sabes como é: os portugas pelam-se por uma sessão de cachaporra, tal como gostam de ver os forcados a levar surras dos touros ou admirar um corpo estraçalhado por um comboio. Extrovertido Manel, finalmente descobri a razão para a existência de tantas rotundas em Torres Novas. Foi preciso um camião carregado de melão e meloa espanhóis se ter tombado ao contornar uma delas para se fazer luz. António Rodrigues, esse génio visionário muitas vezes injustamente incompreendido, semeou essas armadilhas para nos proteger da invasão de produtos espanhóis. O mercado pode não ter fronteiras, mas em Torres Novas a imaginação pode mais do que a globalização e o capitalismo. Aljubarrota teve a sua padeira, Torres Novas tem o seu presidente.Aquele pobre camionista, provavelmente, nunca mais vai pôr o pé numa cidade onde os camiões se tombam ao contornar uma rotunda a vinte à hora. Nem ele nem os colegas a quem contar a cena. E o caso não é para menos. Se numa situação aparentemente inócua acontece uma desgraça dessas, que outras ciladas não poderão estar dissimuladas por detrás da aparente pacatez da cidade ribatejana. Que outras perversidades não poderão estar a ser urdidas pelo cérebro do aparentemente descontraído autarca.Por último uma palavra para os ladrões de farmácias. Depois de mês e meio de façanhas sucessivas, passando a pente fino as caixas registadoras de dez farmácias da região, os dois meliantes foram apanhados pela bófia. É sempre assim: estes “mãozinhas” são uns tretas e têm muito a aprender.Quando os jovens larápios começavam a ganhar uma certa aura e a prometer que podiam competir em fama e proveito com os artistas de top, dando consequentemente projecção ao Ribatejo, deixaram-se caçar. Já sonhava com o interesse de argumentistas de Hollywood pela história… Já imaginava uma espécie de remake do Bonnie & Clyde passado na lezíria ribatejana a bater recordes de bilheteira… E aqueles incompetentes deixam-se apanhar! Razão tem o Presidente da República quando diz que é necessário apostar na qualificação e formação. Esta juventude realmente não presta para nada.Um abraço caloroso do Serafim das Neves
Endiabrado Manuel Serra D’Aire

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