Arranjos caros, más soluções técnicas e cobrança de peças não substituídas foram algumas falhas detectadas num estudo que concluiu que em 30 reparadores de microondas só três prestaram um serviço irrepreensível a bom preço.De acordo com o estudo realizado pela associação de consumidores DECO, alguns reparadores enganam os clientes de forma deliberada: “houve quem superasse as piores expectativas e devolvesse uma peça não substituída para encarecer a factura”, mantendo a peça original no microondas.Dos 30 reparadores testados, dez indicaram nas facturas a substituição de peças que não trocaram, mas cobraram.A avaria provocada pelos técnicos da DECO era de fácil resolução, bastando substituir um fusível fundido por um novo.A grande maioria dos reparadores optou, no entanto, por más soluções técnicas, pondo em risco o funcionamento futuro dos aparelhos, avisam os especialistas da DECO.Além disso, “muitas reparações foram caras”: metade dos técnicos cobraram excessivamente pelo arranjo e três pediram mais de 95 euros, “quase o preço de um microondas novo”.Outra das grandes falhas detectadas em mais de metade dos reparadores foi a factura discriminada, necessária para provar a reparação caso haja necessidade de reclamar.A DECO refere que “o direito de reclamar não é levado a sério” e que os técnicos “ou não conhecem a lei ou não estão interessados em respeitá-la”.“É urgente actuar ao nível das empresas de reparação e da Inspecção Geral das Actividades Económicas”, apela a associação de defesa dos consumidores.Quanto às empresas, “é essencial aposta na formação técnica”, devendo os reparadores “criar mecanismos de auto-regulação” para “afastar os menos honestos”.O direito de accionar a garantia de peças colocadas é de dois anos. O prazo para exigir a correcção de defeitos visíveis é de um ano e para os defeitos ocultos de dois anos, a contar da data de reparação.Lusa