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O autarca caçador

António Alves (PS), presidente da Junta de Envendos, vai recandidatar-se
Há mais de 16 anos que é autarca. Primeiro pelo PSD, depois pelo PS. A sua candidatura a presidente da Assembleia de Freguesia de Envendos em 2001 fez com que, pela primeira, vez esta junta fosse governada pelo Partido Socialista. E às próximas autárquicas vai recandidatar-se pelas mesmas cores.António Joaquim da Silva Alves, 56 anos, casado e pai de dois filhos, nasceu em Maxial e aos 12 anos emigrou para Lisboa. Durante anos trabalhou no comércio, uma vida dura e, em seu entender, sem grande futuro. Como as perspectivas não eram famosos decidiu tirar um curso de electricista, profissão que continua a exercer em Envendos, na fábrica de presuntos Damatta. Mas só regressou à aldeia depois de cumprir o serviço militar na Marinha e a esse propósito recorda um dos fundamentos para a sua opção clubista. Uma vez numa viagem aos Estados Unidos, na fragata Sagres, andava com os colegas a passear num centro comercial – “por cá ainda não havia nada disso” – uma norte-americana travou-se de amores por ele e abraçou-o. Quis saber quem era e donde vinha. “Disse-lhe que era de Portugal, não devia fazer a mínima ideia onde ficava. Fiquei admirado e lembrei-me do Benfica. Nada. Mas não me largava. Então falei-lhe em Eusébio e ela percebeu. Oh, Yes, Eusébio, Benfica, Portugal”.Continua a gostar de futebol e a torcer pelo Benfica, embora raramente vá ver um jogo ao vivo. “Ainda por causa da Marinha, é engraçado que o primeiro Benfica-Sporting a que assisti foi nos Estados Unidos”, recorda.O seu desporto preferido é sem dúvida a caça. Com a doença que afecta os coelhos, cada vez há menos caça nas redondezas. “Dantes gostava muito da caça ao coelho, agora não, quase não há”. As opções viram-se então para as montarias, ao javali ou ao veado, as lebres ou as perdizes. “De pesca não gosto, de caça sim”.Para além disso gosta de viajar, ver televisão e ler, mas “cada vez leio menos, às vezes fico pela correspondência, já não tenho tempo para mais”. As deslocações para o emprego não lhe fazem perder muito tempo, mas cada vez a vida é mais difícil – “obriga-nos a correr de um lado para o outro” - e presidir a uma junta com 19 aldeias não é tarefa fácil: “Fazemos o que podemos e tentamos acudir a todos os povos (povoações)”.A seu lado, o secretário Álvaro Cristo, 79 anos, acrescenta: “Por mim não quero mais, faço parte das listas, mas cá para baixo. Isto é mais difícil do que pensava. Essa coisa do POCAL é muito complicada, temos dinheiro, mas não podemos gastar por causa do POCAL. Depois queremos fazer uma obra, não podemos porque falta o projecto e o arquitecto ainda não o fez. Já não tenho idade para isto”, remata.Apesar de ter a noção de que ficou muito para fazer, António Alves traça um balanço positivo do seu mandato. “Prometemos que abriríamos a junta diariamente e assim fizemos. De manhã o nosso funcionário trabalha no posto do correio, porque estava em risco de fechar, e à tarde na junta. Não fazia sentido cada vez que alguém precisava de um atestado tinha de ir bater à porta do presidente”, diz. A instalação de uma caixa multibanco e a compra de duas viaturas para a freguesia – um tractor para limpeza das ruas e uma carrinha 4x4 equipa com um kit de vigilância contra incêndios – são outros dos investimentos de que se orgulham.

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