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O campeão de braço de ferro

O campeão de braço de ferro

Rui Cardoso, morador em Alpalhão, fez figura na televisão
Um dia por acaso estava a ver o programa televisivo “O passeio dos Alegres” e decidiu responder ao apelo de Júlio Isidro. O apresentador desafiou os telespectadores para irem competir com o campeão do braço de ferro que já tinha derrotado todos os adversários e estava pronto para novo combate. Rui Cardoso que sempre gostou de exercitar a força muscular decidiu telefonar.“Tive tanta sorte que fui logo chamado”. Sem mais delongas pegou numa das filhas, encaminhou-se para o estúdio e quando chegou comentou para a descendente: “É um frango bom de depenar”. E não se enganou. Depois de encostar o braço do até aí campeão ao tampo da mesa, derrotou mais sete e finalizaram-se as provas. O feito não lhe valeu grandes prémios, mas proporcionou-lhe sólidas amizades. “Fiquei grande amigo do Avô Cantigas (Carlos Alberto Vidal), que volta não volta vem a minha casa. Costumo dizer que sou o empresário dele na região, quem o quiser contratar basta ligar-me”, conta.Rui Cardoso, 44 anos, casado e pai de três filhos, nasceu em Alpalhão – “Alpalhão pequeno para o distinguir de outra povoação com o mesmo nome no concelho de Nisa” – uma das 18 aldeias da freguesia de Envendos. Apesar do número reduzido de habitantes, escassas dezenas, o lugar conta de entre os seus naturais ilustres o fundador da pastelaria Suíça, no Rossio, em Lisboa. Chamava-se Luís Pereira Ganhão e nasceu numa casa térrea no centro da aldeia que, actualmente, serve para guardar produtos agrícolas.Para além da aventura televisiva em “O Passeio dos Alegres” e uma outra no programa “Fátima Lopes” para contar uma desavença familiar, Rui Cardoso tem fama na terra pelo seu empenho na melhoria das condições de vida dos habitantes locais. Nunca quis ser autarca, apesar dos vários convites que tem recebido – “gosto de me dar bem com toda a gente” - mas foi ele o incentivador de um abaixo-assinado, que recolheu o apoio unânime dos habitantes de Alpalhão e Maxial, para a construção de uma ponte entre as duas aldeias. Distam cerca de 700 metros uma da outra a pé, mas de carro é necessário percorrer mais de três quilómetros. “O presidente da câmara prometeu-nos, fez em Janeiro três anos, que faria a ponte, mas ainda nem sequer há projecto. Em pleno século XXI temos uma ponte assente em duas barras de ferro, cobertas de lajes e suportadas por dois pedregulhos”, testemunha Rui Cardoso que aos 13 ou 14 anos levantava a braços os carros de bois, quando era preciso untar os eixos das rodas com toucinho.
O campeão de braço de ferro

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