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Portas abertas à renovação

Portas abertas à renovação

Orquestra Típica Scalabitana precisa de músicos e de vozes para o coro

A Orquestra Típica Scalabitana está em renovação e precisa de mais instrumentistas e vozes para o coro. O MIRANTE assistiu a um ensaio geral.

Na quinta-feira, a sala de ensaios da Orquestra Típica Scalabitana (OTS), na cave da sede do Círculo Cultural Scalabitano, em Santarém, quase encheu para a derradeira afinação antes do espectáculo dado, no sábado seguinte, em Alverca. Mas o grupo continua a precisar de se renovar e tem as portas abertas a quem queira cantar ou tocar.A disposição de todos os elementos da orquestra na sala é minuciosa. O maestro fica à frente de todos. Na primeira linha os instrumentos de sopro, clarinetes e flautins, la-deados pelas violas, acordeão, baixo e bandolins. Na segunda linha, separados homens e mulheres, ficam os sopranos, contraltos e tenores.O maestro Jorge Costa Pinto ordena o reportório a ensaiar e começa a música. Responsável pela OTS desde 1997, o sexto maestro na história da orquestra confessa que se afeiçoou muito aos seus músicos e ao Ribatejo.Chegou por convite do amigo e maestro Joaquim Luís Gomes, após assistir a um espectáculo no antigo Teatro Sá da Bandeira. Gostou e acabou por ficar, com estreia no ano seguinte. Desse tempo, permanecem apenas oito pessoas na orquestra que ajudam a formar uma mescla de juventude e experiência. Com cerca de 40 elementos, divididos entre instrumentistas e vozes, continuam a ser necessárias mais pessoas.“Estamos abertos a todos quantos saibam tocar um instrumento, saibam ler música, ou cantar. O suficiente para dispormos de elementos para os ensaios e espectáculos”, desafia Jorge Costa Pinto, dando incidência às vozes masculinas. Para o maestro, a OTS tem o perfil de uma orquestra que pode ser representativa da música popular nacional, com incidência no Ribatejo. Vasco Serranho é do Vale de Santarém, mas estuda em Guimarães. O que não o inibe de ser um elemento muito activo. “Estou na orquestra desde 1998 e isto já faz parte da minha vida. Cheguei a vir de propósito de Guimarães para estar em alguns ensaios”, exemplifica o jovem que toca bandolim. Na noite de quinta-feira, Amélia Nogueira ficou a saber que a sua estreia como contralto ficava marcada para sábado, depois de anos a acompanhar o marido, que também dá a voz à orquestra. A mais nova de todos é Catarina Atalaia, com 12 anos. Depois de frequentar a Escola de Música de Santarém entrou para a oficina de música da OTS e toca flautim. Já integra a orquestra e assegura que quer continuar por muitos anos. Um dos motivos por que a Orquestra Típica Scalabitana não tem tantos jovens como deseja é por ainda ser desconhecida dos mais novos. Segundo a directora da orquestra, Isabel Pessoa, falta ligação às escolas primárias e à cidade. Questões que, diz, se vêem em pormenores como o desconhecimento do local onde fica a sede do Círculo Cultural Scalabitano. Ou pela desactivação e menor movimento em torno do Teatro Rosa Damasceno. A renovação dos músicos da orquestra começou há cerca de dois anos e, desde então, já entraram oito jovens, mas não se pode ficar por ali. “Queremos continuar a receber músicos e cantores. Estamos abertos a quem não quer ganhar dinheiro, saiba tocar, cantar, ler música, além de ensaiar e participar em espectáculos”, desafia Isabel Pessoa. Para aperfeiçoar técnicas e fornecer elementos à orquestra existe a oficina de música da OTS. Com Tiago da Neta nas aulas de viola e João Pinote na flauta, bandolim, bateria e clarinete, além do solfejo. O ano lectivo terminou com quase 20 alunos, número que se quer manter ou aumentar. Por isso, as inscrições estão abertas. Para que se volte a repetir os anos de ouro da OTS, que estão bem representados nos muitos diplomas, certificados, fotografias e medalhas alusivos a espectáculos que protagonizou em Portugal e no estrangeiro, que enchem paredes e vitrinas, desde 1946, ano em que nasceu. Ricardo Carreira
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