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“Estou cada vez mais perplexo com o desordenamento”

António Fonseca Ferreira lançou livro sobre gestão do território

António Fonseca Ferreira lançou um livro que relata a experiência de muitos anos de vida e de trabalho como responsável pelo planeamento estratégico de algumas cidades do pais. No dia do lançamento, com a presença de vários notáveis, Fonseca Ferreira não deixou de falar do seu estado de perplexidade por continuarmos a desperdiçar e a estragar um território tão rico que a natureza nos legou.

“O desordenamento do país continua. E eu estou cada vez mais perplexo. Este livro não dá resposta ao problema. Mas pode ajudar. De verdade esta situação não pode ficar sem solução por muito mais tempo. O nosso território tão rico, que a natureza nos legou, não pode ser estragado desta maneira”. Palavras de António Fonseca Ferreira, presidente da CCDR/LVT desde 1998, no lançamento do seu livro Gestão Estratégica de Cidades e Regiões, uma edição da Fundação Calouste Gulbenkian. Com prefácio de Jorge Sampaio, o lançamento do livro contou com a presença de várias personalidades e membros dos últimos governos assim como de autarcas, gestores e empresários.Marcelo Ribeiro de Sousa fez a apresentação do livro e do homem de acção que é António Fonseca Ferreira. Uma apresentação longa que o professor catedrático e conhecida figura dos media justificou pela consideração que lhe merece o autor.Marcelo falou do livro mas acima de tudo destacou o trabalho do autor que foi responsável pela introdução do planeamento estratégico territorial em Porugal e coordenou o plano estratégico de Lisboa, Guarda e Região de Lisboa e Vale do Tejo, para além de ter integrado as equipas que elaboraram outros planos estratégicos, nomeadamente de Coimbra Castelo Branco e Aveiro.Marcelo Rebelo de Sousa encontrou-se com Fonseca Ferreira na câmara de Lisboa, depois de ter perdido as eleições contra Jorge Sampaio e de assumir o cargo de vereador, e reconheceu que a elaboração do plano estratégico para a Capital foi uma verdadeira aventura. “Na minha actividade política nunca me lembro de ter abstido tantas vezes em votações. Percebi muito cedo a sua capacidade de trabalho ilimitada, o sentido de lealdade e gratidão e o espirito de lutador. Com estas qualidade Fonseca Ferreira só podia ser um bom decisor”, disse, dirigindo-se a António Fonseca Ferreira e ao público que enchia por completo o auditório.”Este livro é a obra de um homem feliz que ensinou, teorizou, praticou, viveu e teve sucesso, disse ainda, acrescentando que não admira que este seja também um livro milagre exactamente porque foi escrito e publicado. Temos aqui uma memória muito importante do trabalho e do percurso que foi feito, e só por isso merece ser considerado um livro milagre”, sustentou ainda Marcelo Rebelo de Sousa para lembrar que as novas gerações precisam desta memória viva do trabalho realizado.Fonseca Ferreira usou da palavra para vários agradecimentos e para sustentar algumas questões mais polémicas do seu livro como a questão do desordenamento do território que exige uma nova mentalidade na acção dos agentes regionais e nacionais.Assumindo a sua perplexidade pela situação real do país ao nível do desenvolvimento do território, Fonseca Ferreira acrescentou, no entanto, que acredita num futuro melhor e aproveitou a presença do secretário de Estado do Ordenamento do território para se congratular pelo facto de já ter sido anunciado que o ano de 2006 vai ser o ano do Ordenamento.

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