Teoricamente a assembleia municipal tem por função fiscalizar a câmara. Mas como o partido que ganha a câmara é, normalmente, maioritário na assembleia, a fiscalização nem sempre é muito efectiva. O pior é quando o candidato à presidência do órgão deliberativo é só o chefe de gabinete do presidente da câmara que se recandidata ao mesmo cargo, como acontece em Torres Novas. A concelhia do PS, presidida por António Rodrigues, decidiu candidatar à assembleia municipal Manuel Piranga, chefe de gabinete do edil Rodrigues. E o concelho arrisca-se a ter como presidente do órgão fiscalizador da actividade da câmara o chefe de gabinete do próprio presidente da câmara. Adivinha-se assim uma espécie de fiscal em causa própria.