Catarina Anastácio, atleta do Team Baeta Bianchi, de Abrantes, conquistou há duas semanas o título de campeã nacional de BTT Cross Country. Apesar de ter apenas 16 anos, a jovem de Tomar foi campeã na categoria de sub-19 e conseguiu-o no segundo ano de competição nesta modalidade.Vestindo com orgulho a camisola de campeã nacional, Catarina não embandeira em arco e recusa grandes sonhos. Primeiro do que qualquer outra ideia, quer terminar o seu curso académico. Está no décimo primeiro ano na área de ciências científicas naturais, quer tirar um curso ligado à saúde e se possível que dê para ficar a trabalhar no desporto. “Essa é a minha primeira e mais importante prioridade”, garantiu.Antes de ser campeã de BTT Catarina Anastácio foi campeã nacional de estrada em ciclismo, na categoria de cadetes. Por isso ainda não se decidiu por completo por qual das duas modalidades se vai decidir em concreto. “Gosto muito do ciclismo, mas neste momento, como estou a ser muito bem tratada pela minha equipa - o Team Baeta Bianchi - é ao BTT que quero dar todo o meu esforço. Mas no futuro vou ter que analisar bem as situações para me decidir por uma delas. Competir nas duas é demasiado duro para mim”, disse ao nosso jornal.Qualquer das duas vertentes do ciclismo que pratica é bastante dura. Por isso, Catarina tem que ter um grande espírito de sacrifício para estudar, treinar e competir. “É um bocado duro, mas faço-o com gosto, mesmo quando o meu pai que me acompanha nos treinos, umas vezes de bicicleta outras de motoreta, me vai xingando a cabeça para eu dar mais”, garantiu.Até agora foi possível conciliar as três situações: o ciclismo de estrada, o BTT e os estudos, mas num futuro próximo Catarina vai ter que fazer opções, e com uma maturidade impres-sionante, garante que vai ter que pensar muito bem e tomar opções. “Não vai ser fácil porque gosto muito das três coisas. Mas com a escola como grande prio-ridade vou ter que escolher uma das outras duas”.A jovem campeã, que se iniciou no ciclismo e BTT por influência do pai, também ele um praticante da modalidade, que é o treinador de Catarina. “É o treinador e muito exigente. É cá uma “melga” que só visto. Nem agora que fui campeã deixou de me martelar a cabeça porque no seu entender eu devia ter feito ainda melhor”, referiu Catarina Anastácio, que no entanto garantiu que só com as exigências do pai tem conseguido superar-se e chegar a campeã.Mesmo com um exigente plano de treinos, e com as provas que geralmente são ao fim de semana, Catarina garante que com método e organização vai conseguindo ainda arranjar um pouco de tempo para conviver com os seus amigos, embora o regime horário complique um pouco as suas saídas. “É uma situação com que nós atletas temos que conviver. Eu já me habituei e depois temos estas compensações de poder ostentar com algum orgulho a camisola de campeã nacional”, referiu com entusiasmo.Em casa tem tido todo o apoio necessário e da equipa do Team Baeta só tem a dizer bem. “Sou a única rapariga da equipa e sou vista como que a mascote do grupo, e isso leva também a superar-me e lutar sempre e cada vez mais para conquistar títulos, para lhes oferecer”, conclui Catarina Anastácio.