É um local bonito e aprazível, na margem direita do rio Nabão. Tem grandes árvores, mesas de madeira para piqueniques e até uma piscina, sobranceira ao rio. É para a Fonte do Caldeirão, aos pés da Pedreira, que os habitantes convergem no Verão. Para umas braçadas no rio ou na piscina, para passear, ou apenas descansar.Há muitos anos a água da nascente ali existente era canalizada para um depósito e bombeada para a distribuição de água à população. No local foi feito um açude com uma roda para regar as culturas da Quinta das Várzeas. A roda foi levada pela cheia, mas o açude manteve-se e toda da aldeia se habituou a ir ali tomar banho.O terreno pertence à fábrica do Prado e era utilizado por um trabalhador para regar a sua horta. O homem morreu e a junta decidiu aproveitar o espaço para lazer, fazendo um contrato de comodato com a empresa.Apesar de estar proibida de fazer ali contruções, como um café por exemplo, a junta dinamizou o local e tornou-o mais atractivo. Colocou diversas mesas de madeira à sombra frondosa das árvores que ladeiam o rio e construiu uma pequena piscina, para gáudio das gentes da terra.O problema é que o espaço foi “descoberto” por pessoas fora da terra, que não têm o mínimo respeito pelo que ali existe. Começaram a trazer os carros até à beira da piscina, servindo-se dela como lavadouro. “Lavavam a roupa ali, tomavam banho vestidos e vandalizaram os equipamentos”, diz o presidente da junta.Por força disso a junta viu-se obrigada a tomar uma posição mais drástica, fechando o acesso a veículos com duas grandes pedras. Agora, quem quiser vai a pé.Por não haver ali qualquer concessão, o local não é vigiado. A junta colocou uma placa, avisando não se responsabilizar por qualquer acidente que ocorra e até à data, felizmente, nada de grave se passou.Com o espaço vedado a veí-culos, o problema parece ter ficado ultrapassado. “O espaço continua a estar aberto a todos, desde que as pessoas se saibam comportar”, salienta o presidente da junta.Desde que o espaço abriu, em 1998, todos os anos organiza ali um convívio para as gentes da freguesia, no último domingo de Agosto. E o que começou por ser uma simples sardinhada é hoje um evento gastronómico mais alargado. As sardinhas mantêm-se mas agora há também porco assado no espeto. Ao que parece, com tanta saída como o peixe.