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Variantes para afastar viaturas dos meios urbanos

Candidato do PS quer desclassificar a EN 118 em Benavente e Samora

O candidato do PS em Benavente propõe duas variantes e duas novas estradas para afastar os carros dos núcleos urbanos. António Neves considera que o mau urbanismo criou situações graves e defende o recurso aos planos de urbanização previstos no PDM, mas que nunca foram usados.

António Neves, candidato do PS à Câmara Municipal de Benavente, considera que o atravessamento dos maiores núcleos urbanos do concelho pela EN 118 “é a maior patologia com que os munícipes lidam diariamente”. O geógrafo e urbanista defende a desclassificação dos troços que atravessam Benavente e Samora Correia e a transferência do trânsito para as variantes. No caso de Samora, a variante proposta é a actual estrada da Murteira que liga a EN 118 à EN 10. Em Benavente, António Neves sugere a construção de uma circular à vila das Areias para retirar o trânsito pesado, e todo o que não precisa de ir a Benavente, da rua Luís de Camões. “Não sendo uma novidade, devemos perguntar porque nunca foi feito”, disse. O candidato defendeu que “o problema do trânsito resolve-se com bom urbanismo” durante um debate realizado na sexta-feira, em Samora Correia.O deputado Nelson Baltasar, presidente da comissão parlamentar da segurança e prevenção rodoviária e José Carlos Guinote, especialista em urbanismo, completaram o quadro de oradores num debate moderado pela autarca socialista Ana Casquinha e que contou com duas dezenas de assistentes.Segundo Nelson Baltasar, mais de 20 mil viaturas atravessam diariamente Samora e Benavente. Um tráfego que coloca em risco quem ali circula a pé ou de carro e que contribui para a degradação de edifícios. Outra consequência é a poluição atmosférica e o ruído que perturbam a saúde e o bem estar de centenas de pessoas que vivem perto da estrada nacional.Para além das variantes, António Neves avançou ainda com a proposta de construir duas ligações urbanas mistas para automóveis, ciclistas e máquinas agrícolas, aproveitando os terrenos livres de construções. Uma entre a Murteira (Samora) e Vale Tripeiro (Benavente) e outra entre o Belo Jardim (Samora) e o Monte da Saúde (Benavente).Vila cresceu em redor da estrada“Esta vila cresceu à volta da sua estrada nacional e agora está cheia de problemas”, considerou José Carlos Guinote. O urbanista disse que Samora Correia tem excelentes condições para ser uma vila exemplar em matéria de planeamento urbanístico e defendeu uma aposta nas moradias com oferta de habitações de qualidade. O técnico criticou a proliferação das urbanizações com grandes concentrações de fogos sem espaços verdes, estacionamento e zonas de descanso e lazer.Segundo José Carlos Guinote, os erros são uma consequência da ausência de planeamento. O Plano Director Municipal (PDM), com mais de 10 anos e em fase de revisão, estabelece as regras, “mas deixa abertura para muitas excepções”.António Neves candidata-se à presidência da câmara onde foi técnico superior na última década e onde acompanhou a elaboração do documento. O urbanista acusa a câmara de não cumprir as prioridades assinaladas no PDM e de adoptar “atitudes de curandeiro/charlatão onde é preciso uma cirurgia bem específica”. Neves, lembra que em 10 anos de vigência do PDM “não foi feito um único plano de urbanização ou um plano de pormenor”. Segundo o candidato do PS, “a gestão urbanística suportada por processos de loteamento urbano dá ao executivo um poder discricionário que por ser mal utilizado, por ignorância ou intencionalmente, produz o caos urbanístico”. António Neves diz que não há articulação entre loteamentos e cada urbanizador resolve o fluxo de tráfego dos residentes com impasses. “Se fossem feitos planos de urbanização, todas estas situações estariam salvaguardadas”, garante.A ausência de planeamento facilita o aumento dos automóveis estacionados em cima dos passeios para peões e dos camiões de transportes internacionais parqueados no meio de áreas residenciais.António Neves anunciou a intenção de limitar o acesso nas áreas habitacionais com a introdução de estacionamento pago para não moradores. O candidato defende que a câmara deve adquirir, directamente ou por expropriação, edifícios abandonados nos centros das vilas para criar bolsas de estacionamento. A criação de passadeiras protegidas por separador central e com mecanismos de abrandamento de velocidade foi outra ideia defendida no colóquio.Mais polémica deverá ser a proposta de negociar com a Companhia das lezírias a ampliação do largo do Calvário para transformar numa praça pública com áreas verdes e estacionamentos. Nelson Silva Lopes

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