De mapa na mão, calções e óculos escuros, Vicky e Andy, um casal australiano, vai a caminho das Portas de Sol. De sorriso nos lábios contam a aventura que os trouxe a Portugal e a Santarém. “Tínhamos programado uma visita à cidade de Santarém no Brasil, mas era muito caro. O agente de viagens informou-nos que havia uma Santarém em Portugal e viemos cá parar”.Não sabem se a troca da Santarém brasileira pela portuguesa foi acertada mas confessam que estão a gostar da visita. “A cidade tem um centro histórico com edifícios interessantes. É pena alguns estarem degradados e haver tantas obras”. O dia está agradável. Quarta-feira, 27 de Julho. São quase quatro da tarde. Deixamos as Portas do Sol e vamos em direcção ao centro da cidade. Não há mais turistas à vista. Só ao chegar ao Largo do Seminário encontramos outro casal. Leonel Ricardo e Dorrien, vêm da Holanda. Ele é português. Ela holandesa. Olham admirados a fachada da Sé Catedral. E tiram fotografias. Para o casal, Santarém “é uma cidade bonita” e até ficaram admirados por não encontrar mais turistas. Decidiram visitar a cidade por ter uma zona histórica antiga. Ficaram decepcionados por descobrirem dezenas de edifícios com sinais de degradação. Mas apesar de tudo dizem que estão a passar um bom dia e que não se arrependem da visita. Glenn e Junes, um casal inglês visita Santarém a convite de uma família do Sabugal. São vizinhos em Londres. De chapéu na cabeça Glenn olha para Junes, a esposa, enquanto ela fala sobre a cidade. Ela diz timidamente que está a gostar da visita.A família de Sabugal conhecia a história da cidade, mas nunca a tinha visitado. Aproveitou a vinda dos amigos ingleses. Os dois casais explicam que decidiram pernoitar perto de Almoster. Depois avançam para mais uma visita a um monumento antes da hora de jantar. O ruído das máquinas que trabalham nas obras do largo Cândido dos Reis abafa as despedidas. E eles desaparecem no meio de uma nuvem de poeira. Ana Lúcia Sousa