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Divergências no Clube de Andebol S. Vicentense

Divergências no Clube de Andebol S. Vicentense

Grupo de sócios do contesta inércia e má vontade da direcção

Um grupo de cerca de 30 sócios do Clube de Andebol S. Vicentense acusa a actual direcção da colectividade de inércia. Além de equipas de andebol de formação, propôs a criação de uma secção de desporto motorizado, que foi recusada. A direcção do clube refere que o andebol está nas previsões para a próxima época mas que a secção motorizada está fora de causa.

O plano de actividades do Clube de Andebol S. Vicentense (CASV) para o corrente ano limita-se à organização de um torneio de sueca e de malha e de um torneio de futebol de salão, no Inverno. A acusação partiu de um grupo de sócios do clube da freguesia de São Vicente do Paul, concelho de Santarém, que organizou uma conferência de imprensa na noite de 10 de Agosto para dizer que a modalidade que dá nome ao clube está esquecida pela actual direcção. Tendo também sido recusada uma proposta para criação de uma secção motorizada. O promotor do encontro, Luís Gomes, referiu que a direcção do CASV está a caminhar no sentido contrário. Em vez da aposta em equipas jovens de andebol, de infantis e iniciados, como a colectividade já teve há duas épocas, fala-se na criação de uma equipa sénior com jogadores de fora. Por isso, ofereceu, simbolicamente, uma bola de andebol ao vice-presidente da Associação de Andebol de Santarém (AAS), Sérgio Galvão, que ficará na sua sede, até o clube voltar a formar equipas. Luís Gomes explicou que aqueles sócios não ponderam criar um clube de andebol e apenas voltar a ter os escalões de formação sob a égide do CASV. Sérgio Galvão quis demonstrar com a sua presença o apoio da AAS à criação de mais equipas e atletas jovens e ao fomento do andebol no distrito. “Gostaríamos de contar com a inscrição de equipas do CASV, já que interrompeu a modalidade há duas épocas sem qualquer explicação”, explicou, acrescentando que, até Setembro, é possível inscrever equipas na AAS.Luís Gomes afirmou ainda que há que dinamizar o clube com o andebol, mas também com futebol, karaté, e fazendo melhor aproveitamento do pavilhão da freguesia, que apelida de “elefante branco”, devido à sua escassa utilização. “Apesar de tudo isto não nos foi dada qualquer oportunidade de discussão pela direcção e pelo presidente da assembleia-geral na reunião de Março”, acusou.O porta-voz do grupo de sócios contestatário esclareceu ainda que não apresentou uma lista alternativa às eleições do clube por, na altura, haver um grupo de pessoas já predisposto, que acabou por ser eleito. Mas que “já há alternativa à actual direcção”, avisou. Entre o grupo de sócios existe um conjunto de cerca de 30 jovens que se propõe criar uma secção de desportos motorizados. Integrada no CASV, mas com símbolo próprio, com financiamento de patrocinadores, e independentemente dos apoios que poderão chegar de entidades oficiais desportivas, autárquicas e governamentais. De acordo com o plano de actividades apresentado numa assembleia-geral em Março deste ano, pretende-se organizar eventos motorizados que dêem a conhecer várias modalidades e promovam a freguesia fora do concelho de Santarém.Entre as actividades, está uma prova de rally, com apoio de uma seguradora, passeios turísticos de todo-o-terreno, encontros de motos e de carros clássicos, provas de perícia automóvel, demonstração de desportos, como o trial, a par de rally papers, jogos tradicionais entre escolas e desportos radicais.Segundo Nuno Carriço, um dos elementos que pretende criar a secção motorizada, “existe um grande entusiasmo entre os jovens, que já são adeptos de várias modalidades, e estão reunidas todas as condições para que a direcção do clube tivesse aceite a proposta”, sublinhou.Caso a direcção do clube não reveja a sua posição até uma assembleia-geral marcada para Outubro, admite-se a criação de um clube motorizado. Luís Gomes criticou ainda o facto de vários elementos dos órgãos socais do clube integrarem uma lista política à assembleia de freguesia, considerando que, apesar de não ser ilegal, é moralmente criticável. Entre linhas, deixou entender que o presidente da Junta de S. Vicente do Paúl alinha em todas as posições da direcção do CASV.Um dos sócios mais antigos do CASV, António Luís, acrescentou também que não existe qualquer controlo sobre as contas, com um único relatório apresentado em 2004, desde que o clube foi criado em 1987. “As quotas cobradas aos sócios não têm sequer o carimbo da colectividade”, revela. Escolinhas e seniores são uma possibilidadePresidente de uma direcção eleita há dois meses e meio para um mandato de dois anos, João Paulo Gualdino desmente que o clube não tenha um plano de actividades para o ano. Admite que não se aceitou a criação de uma secção motorizada dentro clube pela responsabilidade que acarreta. “Não por uma questão de dinheiro já que as pessoas que nos contactaram referiam que têm patrocinadores mas porque nos aconselharam que seria muito complicado assumir responsabilidades em matéria de acidentes”, explicou a O MIRANTE. Quanto à intenção do grupo de sócios de criar equipas de formação no andebol, João Paulo Gualdino referiu que isso nunca esteve em causa, adiantando que, até Setembro, depois do período de férias, o clube irá sensibilizar os jovens junto das escolas primárias para formar uma equipa de escolinhas. O dirigente frisou ainda que a criação de uma equipa sénior, como já existiu em S. Vicente do Paúl, poderá ser possível devido a um protocolo de cedência de jogadores com Os Caixeiros. O presidente do CASV critica ainda os “sócios criados à pressa” pelo grupo que contesta a política de actual direcção, questionando se todos terão as suas quotas em dia. Estranha ainda a razão por que não se apresentaram a eleições, que, recordou, se realizaram à apenas dois meses.
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