Num abaixo-assinado feito chegar à população, e a que O MIRANTE teve acesso, os pais e encarregados de educação dos atletas e alunos do Clube de Natação do Cartaxo (CNC) manifestam a sua preocupação pela decisão da autarquia, de criar uma escola municipal de natação e assumir a gestão técnica das piscinas e de todo o complexo Desportivo da Quinta das Pratas.Para os dirigentes do CNC e para os pais dos alunos e atletas do clube, esta situação vem colocar em risco a cedência de espaços para as classes de formação e manutenção do clube, comprometendo assim o apoio financeiro às equipas de competição, que eram financiadas por aquelas classes. Outra das preocupações é a dos horários propostos para os atletas de competição, que não vão permitir um treino sério e cuidado.No documento, os responsáveis pelos jovens atletas e alunos do CNC garantem que a sua preocupação com o fim da modalidade é bem real, porque numa reunião com o vereador do desporto, Pedro Ribeiro, ficaram a saber que as piscinas ficariam disponíveis para os treinos de competição a partir das 20h30. “Uma situação que é completamente surrealista, e coloca em causa o excelente trabalho que tem sido desenvolvido pelos atletas e treinadores”, referiu ao nosso jornal um dos autores do baixo assinado, que conta com cerca de 120 assinaturas.Recorde-se que na época de 2004/2005, os nadadores do CNC para além de outros resultados de boa qualidade, conseguiram nove títulos de campeões distritais, e levaram um nadador ao Campeonato Nacional de Natação. Os triatletas do CNC também têm levado longe o nome da cidade. Nas camadas jovens são campeões nacionais em juvenis e iniciados, de triatlo e duatlo. Contam ainda no seu currículo com a vitória em várias provas internacionais e nacionais, e contaram com a recente participação do triatleta Miguel Henriques no Campeonato da Europa de Triatlo, ao serviço da Selecção Nacional.É por tudo isto que os responsáveis do CNC dizem que em equipa que ganha não se mexe, e estranham a posição da autarquia em querer desmantelar uma “máquina” que movimenta com êxito mais de 320 alunos.Colocado perante esta tomada de posição dos pais e encarregados dos jovens do CNC, o vereador do desporto da Câmara Municipal do Cartaxo, Pedro Ribeiro, começou por estranhar esta tomada de posição. “Estamos numa fase de diálogo. Já tivemos algumas reuniões e outra está já marcada, estamos abertos ao diálogo e a fazer alguns acertos, por isso não compreendo todo este alarido”, disse ao nosso jornal.Irreversível é a chamada a si de toda a gestão do Complexo Desportivo da Quinta das Pratas: piscina, campos de ténis, estádio e pavilhão, e a criação de uma escola municipal de natação. “Queremos fazer uma gestão integrada de todo o complexo, porque sentimos que é necessário rentabilizar o espaço, que até agora só tem trazido custos”, referiu o vereador.Pedro Ribeiro, garantiu ainda que a razão desta tomada de posição é de ordem financeira. “A situação como estava era insustentável. O CNC e o Ateneu Cartaxense têm dívidas avultadas da utilização das piscinas. Há quatro anos que não pagavam as verbas acordadas e por isso chegou a altura de resolver o problema”, explicou.Versão que a presidente do Clube de Natação do Cartaxo, Conceição Cerol, confirma, acrescentando no entanto que o clube só deixou de cumprir quando a câmara deixou de enviar o aviso de pagamento, como era habitual fazer.O vereador voltou a garantir que não existe qualquer intenção de acabar com a competição no Cartaxo. “Pelo contrário. A nossa vontade é de desenvolvimento. Estamos a meio de um processo negocial, onde todos os cenários são possíveis. Já comuniquei verbalmente aos clubes e aos responsáveis pelos jovens que a autarquia, está disponível para os ressarcir de alguma perda de verbas, e a questão de horários pode também ser revista. Por isso volto a dizer que estranho esta tomada de posição pública, que se é para nos pressionar é dispensável, porque continuamos abertos a dialogar para encontrar pontos de consenso”, completou Pedro Ribeiro.