O projecto do Museu do Neo-Realismo de Vila Franca de Xira foi apresentado na passada sexta-feira, na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa. A obra, que deverá estar concluída no final do próximo ano, é considerada pelo arquitecto responsável “um pequeno centro cultural”. Segundo Alcino Soutinho, o projecto do futuro Museu do Neo-Realismo vai ter “um programa vastíssimo que serve várias ambições”. Dedicado ao movimento artístico do neo-realismo, que teve forte expressão em Vila Franca de Xira, o museu terá, no entanto, um largo conjunto de ofertas, procurando adquirir um “papel vital no movimento cultural da própria cidade”. Para além das exposições permanentes, o espaço vai ter também zonas para exposições temporárias, um auditório, uma livraria e uma biblioteca, um foyer e uma cafetaria. Estes espaços serão distribuídos por quatro pisos, além da cave destinada às instalações técnicas e de manutenção do edifício. De acordo com o projecto de construção, o objectivo é que o Museu do Neo-Realismo estabeleça “uma relação harmónica com a realidade urbana próxima” que será proporcionadas pelo recurso a “transparências estrategicamente colocadas”. Desta forma vai ser possível criar melhores condições de reciprocidade entre interior e exterior. A presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira pretende que o futuro espaço cultural da cidade seja “um espaço vivo, ao contrário do que acontece com a maioria dos nossos museus”. Para Maria da Luz Rosinha a principal mais valia do museu é a possibilidade de “preservar e disponibilizar” as obras de dezenas de espólios artísticos do movimento neo-realista. Ao todo são 23 os espólios que o museu detém hoje e que, segundo António Redol, da Comissão Promotora do Museu do Neo-Realismo, “asseguram uma base para o museu”. A ideia de um espaço cultural dedicado ao neo-realismo surgiu ainda nos inícios dos anos 70, mas só em 1990 é que foi criado o projecto do museu. Depois de vários anos de dificuldades, relacionadas com o financiamento e com a localização, a Comissão Promotora vê, finalmente, concretizado o desejo de um espaço próprio. A obra, orçada em cerca de 2,9 milhões de euros, será comparticipada pelo Programa Operacional da Cultura, cabendo o restante financiamento à autarquia de Vila Franca. O museu será construído no centro da cidade, no espaço do antigo pátio do Casquinha, junto da Caixa Geral de Depósitos.