Plantas valiosas ameaçadas
Livro do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros lança o alerta
Existem várias espécies de plantas características da área protegida das serras de Aire e Candeeiros que podem desaparecer devido ao progresso.
Algumas plantas que caracterizam a flora do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC) estão ameaçadas de extinção pelo progresso e pelo aumento da colheita de exemplares. Para informar e sensibilizar as pessoas, o PNSAC editou um livro onde constam as plantas que devem ser protegidas no seu território. O autor do livro, António Flor, aponta como factores que estão a prejudicar a flora do parque a construção de infra-estruturas e abertura ou melhoramento de vias de acesso como principais problemas. O aumento da pressão humana na colheita de exemplares da flora espontânea também está a revelar-se um problema. “Consciente de que escrevi um documento de utilidade circunstancial e algo administrativa, gostaria muito de me equivocar no meu sentimento de que pouco contribuirá para evitarmos a continuação de um cenário quase global: A devassa irracional e sem sentido prático de um recurso natural fundamental...”, diz o autor, que também é o responsável pelo centro de interpretação da flora do PNSAC. O livro faz referência ao inventário da flora do parque, que contém 840 espécies de plantas e sublinha que metade da flora biológica de Portugal está representada nesta área protegida. Ilustrado com fotografias de plantas e da paisagem do parque, o livro enuncia sete espécies de plantas de interesse comunitário cuja conservação requer a delimitação de zonas especiais de conservação. É o caso da “Arabiz Sadina”, a “Euphorbia Transtagana” ou a “Iberis Procubens” que tem o nome comum de “Rasmano”. Espécies cuja colheita, corte ou destruição e posse das mesmas estão proibidos. No livro são ainda apresentadas duas espécies que requerem uma protecção rigorosa. É o caso da “saxifraga Cintrana”, uma planta rara exclusiva que só se encontra nas serras de Sintra, Montejunto e no PNSAC. Nesta situação está também a “Thymus Villosus” que está ameaçada pela extracção de inertes e que serve para ornamentar e condimentar. São apresentadas ainda quatro plantas cujas colheitas podem ser sujeitas a medidas de gestão para garantir a sua manutenção. Entre elas estão as plantas com o nome comum Vulnerária, o lírio amarelo dos montes, as campainhas amarelas e a gilbardeira. A primeira é utilizada na medicina tradicional como cicatrizante e as restantes têm potencial ornamental. Nas considerações finais, o autor chama à atenção para a possibilidade de extinção de algumas plantas caso não exista um planeamento adequado, de forma a proteger as espécies das ameaças do “urbanismo, da indústria, agricultura, silvicultura e do próprio turismo.
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