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Marco Correia “Tony” em altos voos

Piloto de Santarém começou a praticar freestyle motocross há seis meses

Seis meses após pegar numa moto a sério, Marco Correia “Tony” tornou-se piloto profissional de Freestyle Motocross na equipa Honda Amsoil Biscana. Piloto e equipa apostam em dar o salto de demonstrações nacionais para o reconhecimento no estrangeiro.

Uma exibição de Freestyle Motocross em Paço dos Negros (Almeirim), há cerca de três meses, aquando da homenagem ao falecido piloto Diogo Carvalho, foi o ponto de partida para a ainda curta carreira do jovem piloto Marco Correia, de 21 anos, conhecido como “Tony”.A exibição despertou o interesse do departamento de motociclismo da Associação Desportiva, Cultural e Recreativa de Paço dos Negros que, desde logo, cedeu a pista e as instalações para o piloto poder treinar. De lá para cá, o piloto de Santarém já participou em demonstrações em Braga, Aveiro, Leiria, e Faro, acabando, no sábado, por dar mais um passo em frente na sua carreira com a participação na Copa Burn/Vodafone no pavilhão Atlântico, em Lisboa, a defender as cores de Portugal, enfrentando um compatriota e seis pilotos estrangeiros.Desde cedo que Marco Ferreira esteve ligado ao mundo das duas rodas. Aos 11 anos já era mecânico de motos e também passou pela equipa oficial de motocross da Kawazaki. O curioso é que só aos 18 anos comprou a sua primeira moto, uma Yamaha DT 50, que foi a vítima da sua ambição.“Ia para um descampado no bairro Suíço (Santarém) e experimentava truques habituais do freestyle. A mota durou um ano até partir o quadro, o que até foi muito bom”, recorda. Durante muito tempo foi o melhor local que arranjou para poder treinar mas as limitações das condições de treino não lhe possibilitaram evoluir muito.A prática do freestyle “exige” uma rampa de madeira ou em ferro que permita a execução de saltos suficientemente altos e longos (22 metros de comprimento por dez metros de altura) para fazer acrobacias no ar.O “superman”, em que o piloto agarrado ao guiador estende o corpo no ar sobre a moto; o “duplo can-can”, imitando a dança russa no ar; o “seat-grab”, em que sai da moto a agarra o assento ou o “rock-solid”, um duplo seat-grab com as mãos de fora; o “indian-air” onde se cruzam as pernas no ar, são algumas das manobras que fazem parte desta modalidade muito apreciada no estrangeiro mas que só há uma mão cheia de anos se está a desenvolver entre nós.Depois da exibição em Paço dos Negros, a estreia oficial de Marco Ferreira, em Sandim, foi atribulada, mas acabou por correr bem. “Fui com uma moto emprestada e foi a luz dos carros dos bombeiros que iluminou a pista. Cheguei atrasado devido a dez horas de viagem numa carrinha que não passava dos oitenta”, recorda agora com agrado, numa prova em que actuou para cerca de duas mil pessoas. Para já as lesões têm poupado Marco Ferreira, que “apenas” perdeu uma unha para sempre e teve um problema numa clavícula. Clavículas e escafóides (pulsos) são, de resto, as partes mais sujeitas à dureza do freestyle Equipa espera mais apoios Para fazer uma época de demonstrações de freestyle motocross em Portugal e também no estrangeiro, as despesas para a equipa são elevadas. Além da Honda CR 250, a dois tempos, com 48 cavalos, que custou cerca de sete mil euros, há que contar com os custos de preparação e modificação da moto e do motor, os treinos, deslocações, seguros, licença federativa e internacional.Razões para que o responsável da equipa Honda Amsoil Biscana reclame mais apoios para o piloto de Santarém. Segundo Ricardo Sebastião nem o facto de ser um profissional federado faz com que receba ajudas das entidades oficiais. “Não temos qualquer apoio da Câmara de Santarém. Nem um terreno para treinar nos foram capazes de ceder, o que já facilitava muito as coisas”, adianta.A equipa tinha sede em Santarém mas agora mudou-se para Leiria. Mas Marco Ferreira continua a treinar em Paço dos Negros. Para Ricardo Sebastião, “Tony” tem todas as condições para se afirmar na modalidade, tendo-o já conseguido em Portugal ao fim de pouco tempo. “Agora queremos projecção a nível internacional”, completa.

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