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Faenas de Verão I

Como dizia um filósofo popular que o anonimato fez olvidar, “quanto mais conheço os Homens, mais difícil me é rir frente à jaula dos macacos!”

Como se previa, o aproximar da época eleitoral fez crescer, em qualidade e quantidade, os devaneios verbais e factuais dos nossos políticos. Muitos deles sazonais (fazendo deste tempo uma catarse periódica), outros perenes, profissionais que são e, para quem, cada eleição constitui uma preciosa oportunidade de carreira. - “Faena altruísta” para António José Ganhão, presidente da Câmara Municipal de Benavente (mais ou menos, desde meados do Cretácio), justificando a sua nova recandidatura com o sofrido desabafo: “não me posso ir embora numa altura tão difícil!” Confesso que estou com dificuldade em segurar uma lágrima! É nestas alturas sublimes que o Ser Humano ascende, definitivamente, da bestialidade animal! A prova disso, é que nunca se viu um animal candidatar-se a Presidente da Câmara. Quer dizer....numa certa perspectiva....-“Faena fénix” para o Dr. Carlos Abreu, outro velho conhecido destas andanças, Presidente jurassiano da Região de Turismo do Ribatejo. Mais uma vez dado como morto (politicamente, entenda-se), o mais bem sucedido “sempre em pé” do Ribatejo, mais uma vez renasce das cinzas! Porque diabo é que ninguém se lembrou, ainda, de o colocar como Primeiro-ministro. Dificilmente poderia fazer muito pior que os outros, mesmo que se esforçasse por isso. E esforçar-se, afinal, é algo que não está muito na sua maneira de ser. E assim, pelo menos, mesmo que tudo ruísse em seu redor, tínhamos a certeza que o mandato era levado até ao fim! - “Faena camarada” para o Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, no comentário à ruptura com dois dos vereadores do seu partido, segundo o mesmo, e cito, “por não estarem à altura dos desafios”.Ora, dando de barato a constatação de que o dito parece, também, não estar muito à altura de um dos desafios mais importantes de qualquer líder, a escolha da sua equipa, o que ressalta essencialmente daqui é, mais uma vez, o desprezo dado ao valor lealdade, pelo menos, quando estão em causa imperativos de carreira.Como dizia um filósofo popular que o anonimato fez olvidar, “quanto mais conheço os Homens, mais difícil me é rir frente à jaula dos macacos!”- “Faena da Betesga” para o Presidente da Câmara Municipal de Santarém, tentando a todo o custo encafuar o Rancho Folclórico da Ribeira de Santarém nas acanhadas instalações do Teatro Clube Ribeirense, dando, entre outros, o exemplo modelar dos seus congéneres das Abitureiras.Pois, só que aí o dito Agrupamento corresponde a uma secção da respectiva Associação, enquanto no caso presente constituem duas associações distintas. Pe’cebe?E se é verdade que, a festas e baptizados, não devemos ir sem ser convidados, calcule-se o que é ir viver, coagidamente, para casa dos outros!- “Faena da amizade” para a homónima “Garraiada da Amizade”, realizada na não menos homónima “Festa da Amizade”, em Benavente. Consta que constituiu uma autêntica revolução na “festa brava”, à qual se pensa já, aliás, mudar o nome para “festa mansa!” É que, consta, foi aí expressamente proibido picar o touro, cravar-lhe farpas (apenas “piercings”), puxar-lhe o rabo e ofendê-lo com imprecações que envolvam a integridade moral do dito e respectiva família!Bem aventurados os mansos, porque obterão misericórdia!- “Faena do mau feitio” para Carlos Nuno, comentando no jornal O Almonda a postura e actuação do Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas: “assim vai este concelho, ditadura de um só, onde nem os do partido dele podem ter opinião!”Ora, ora, amigo Nuno, concerteza não será bem assim!Claro que podem ter opinião! Só que, talvez,..... não a possam exprimir! Pelo menos em público!- E já que falamos de ditaduras,” faena pseudo” para Vasco Pina Monteiro mandatário da lista “Independentes por Tomar”, que concorre com o desejo explícito de derrubar António Paiva, a quem acusa de ter transformado Tomar numa “pseudo-ditadura!”Aleluia! Até que enfim! Mesmo sabendo-se ser o coração o símbolo da sua lista (e o seu desígnio eleitoral concerteza o amor), não deixa de ser uma surpresa agradável ver que o meu amigo assume, sem complexos, o amor pelos seus inimigos! São sentimentos que só lhe ficam bem! Pode crer!É verdade que, dizem as más línguas, ser esta lista, em parte, resultado dos muitos amigos que Paiva tem perdido nos últimos tempos. Mas, com tais inimigos, quem é que precisa, mesmo, de amigos?!!E a tragicomédia continua de vento em popa. Não se preocupem, a capacidade hilariante desta gente é um espanto! P’rá semana há mais!

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