Abriu já ao público a exposição “Um tempo e um lugar”, a decorrer no Celeiro da Patriarcal, em Vila Franca de Xira. A inauguração teve lugar na passada sexta-feira e contou com a presença da ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima. Em “Um tempo e um lugar” vão estar patentes 196 obras que participaram nas dez Exposições Gerais de Artes Plásticas realizadas entre 1946 e 1956 na Sociedade Nacional de Belas Artes. Ao todo vão estar expostas obras de 53 autores entre pintura, desenho, gravura, cerâmica, tapeçaria e publicidade. A visita a esta exposição permite fazer um recuo no tempo e olhar com outros olhos para a realidade de então. Quadros como “Homens no Mar”, de Avelino Cunhal, “Descanso”, de Querubim Lapa, ou “Gente do Mar”, de Augusto Gomes mostram aos visitantes a vida sofrida das populações daquele período. Por esta razão, na inauguração de “Um tempo e um lugar”, a ministra da Cultura afirmou que esta exposição vai permitir “entender o clima social da época”. Isabel Pires de Lima acrescentou que “nos vai ajudar também a ler a nossa contemporaneidade” e a olhar de uma “forma mais rigorosa para o movimento neo-realista”. A ministra felicitou, ainda, a autarquia de Vila Franca por ter “sabido ganhar este projecto”, salientando a importância da vertente cultural para um desenvolvimento sustentável. A presidente da câmara municipal destacou a “relevância nacional” de que se reveste a exposição. Maria da Luz Rosinha defendeu que as obras de “Um tempo e um lugar” representam “uma memória cultural que merece ser conhecida e reconhecida por todos”. Também presente na cerimónia de inauguração, o comissário da exposição, Rogério Ribeiro, recordou a importância das dez Exposições Gerais, no período de 40 a 60, como meio de expressão numa época marcada pela censura do antigo regime. “Um tempo e um lugar” vai estar patente até ao dia 16 de Dezembro e, para além da mostra das obras, vão ter lugar sessões de leitura e de debate sobre os temas invocados nas obras presentes.