Despedida com regresso anunciado
António João Henriques, presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Santarém
António João Henriques vai deixar de ser autarca da Póvoa de Santarém ao fim de quatro mandatos, mas contrariado. Invoca que tal acontece na altura em que se sente com mais experiência e conhecedor do poder local. “Mas afirmei que acabava ao quarto mandato para dar a vez aos mais jovens e é o que vou fazer”, justifica.No entanto o autarca admite regressar à política. Apesar de manifestar que não está disponível para qualquer cargo, alega que só não se sente à vontade para ser presidente de câmara. “De resto estou disponível para colaborar e ajudar numa área em que seja útil”, acrescenta. Recorda mesmo, em brincadeira, que tem menos 25 anos que Mário Soares agora e daqui a quatro anos.Anda sempre a correr, atarefado, de um lado para outro. A vida de António João Henriques é fruto da sua intensa participação cívica em associações e colectividades ao longo de 40 anos.Daí até ao convite para entrar na política foi meio caminho andado. Aos 18 anos entrou como voluntário para a tropa e esteve dois anos na Guiné, onde era comandado pelo general Spínola. Foi aí que começou a ligar à política.Antes da tropa havia trabalhado com o pai, que tinha uma mercearia na Póvoa. Ajudou-o desde miúdo e até vendeu sardinhas transportando-se numa bicicleta. Desde logo ganhou o “bichinho” pelo negócio.Actualmente, além de presidente de junta em fim de um ciclo, é comerciante talhante e está ligado a pecuárias. Nasceu, casou e ainda vive na Póvoa de Santarém, além de ter outra casa na sede de concelho.Durante 25 anos foi talhante no mercado municipal da cidade e, em frente à Escola Prática de Cavalaria, viu partir a coluna militar de Salgueiro Maia, às seis da manhã, a caminho de Lisboa. No regresso, ouviu as suas palavras a indicar o caminho de Tomar para prender o comandante militar local.António João Henriques é militante do PS e admirador de personalidades como Sá Carneiro, Mário Soares e Álvaro Cunhal. Como presidente de junta ganhou sempre com maioria absoluta, duas como independente e as duas mais recentes pelo PS. Diz o que pensa, é directo e até teimoso. “Vim para autarca para servir e não para agradar”, acrescenta o presidente da Póvoa de Santarém.Fora do stress da política, António João Henriques gosta de consultar bem cedo três jornais regionais, além dos diários Correio da Manhã, 24 Horas e os desportivos. Prefere a leitura de jornais já que em relação aos livros, confessa, começa-os mas não os acaba.Para este católico não praticante e benfiquista ferrenho um dos gostos é ver jogos do futebol distrital, já que até foi dirigente da União de Santarém. E tem uma grande paixão pelo ciclismo, desde os tempos do Joaquim Agostinho e também do Marco Chagas. Os jogos de Benfica já nem vê, por causa de “mau perder”. O tempo que tem para espairecer não é muito. Tem carinho por distribuir por sete netos e, este ano, foi cinco dias à Madeira, onde reconheceu o mérito do controverso Alberto João Jardim no desenvolvimento da ilha.Ricardo Carreira
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