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Faenas de Verão II

Ora aqui estamos, de novo, no grande circo eleitoral. Falcões da linha dura, pombas amestradas, gorilas, equilibristas, contorcionistas, papagaios (especialmente da espécie “charneca”) e, ainda, palhaços ricos e pobres; mais ricos que pobres, diga-se de passagem! É o maior espectáculo do mundo! Deste... e do Outro!“Faena da inspiração” para Carlos Sousa, o brasileiro que teve a estapafúrdia ideia de ir de Lisboa a Fátima, a pé, mas,... às arrecuas!Se este país, terá pensado o dito, não consegue avançar no caminho do progresso por estar demasiado virado para trás, quem sabe se... de costas não vai lá!Já não nos bastava o Bispo Tadeu e tínhamos, ainda, que levar com mais este “brasuca” com pretensões a guia espiritual! Não admira que, no nosso país, até as imagens da Virgem chorem! Pudera!- “Faena mística” para o presidente da Junta de Freguesia da Várzea que se tem ocupado, vejam só, a copiar a Bíblia, possuindo já (segundo o próprio) 1120 páginas escritas à mão! Diz ser uma forma de “interiorizar melhor o livro sagrado!O que não se percebe muito bem é que se uma cópia o faz “interiorizar melhor”, porque diabo não faz ele logo quatro ou cinco cópias de cada página?!!Concerteza interiorizaria quatro ou cinco vezes melhor!Ele há gente muito simplória, benz’a Deus!- “Faena optimista” para Rui Sardinha, novamente candidato à Câmara Municipal da Golegã, pelo PSD. Nada impressionado com o facto da sua lista não ter sequer eleito ninguém nas últimas eleições, o candidato acredita agora “que a vitória está perfeitamente ao seu alcance!”É o que faz andar a ver filmes do Quarteto Fantástico! Pensam logo que são o Homem Elástico!- “Faena fiscal” para as centenas de empresas que no Distrito de Santarém têm apresentado crónicos prejuízos e, milagrosamente, passaram agora a apresentar lucros, apenas porque receberam uma carta das Finanças.Como não nos passaria pela cabeça supor que existam tantos corruptos só no nosso Distrito, só podemos concluir que a dita carta lhes ensinou a fazer as contas!No fundo, há muito que tinham lucros! Só que não sabiam, coitados! São muito mais ricos do que pensavam, é o que é!! Não tinham era, ainda, dado por isso!Querem ver que, afinal, a crise é uma falácia!!“Faena da desvergonha” para o município escalabitano no apoio editorial ao “Cancioneiro do Vale de Santarém”, da responsabilidade do Rancho Folclórico local. Após uns míseros 400 Euros (na aquisição de 125 volumes, atente-se!) os mesmos foram, milagrosa e convenientemente, transformados em 1000 durante a cerimónia da apresentação pública da obra, após críticas, aí formuladas, à mesquinhez municipal. Mil Euros, assumidos pelo próprio Presidente da Câmara, após consulta, em directo, ao respectivo responsável dos serviços culturais.Pois, por incrível que pareça, passada a cerimónia, o dito regrediu novamente aos 400 Euros iniciais!! Parece que terá havido um erro de informação! Ou terá sido de formação?!Que fazer com este país? Sem respeito pelo passado! Sem recursos no presente! Sem futuro que se veja! Sem moralidade, sequer... em que se reveja!- “Faena da coerência” para o director de campanha do Partido Socialista em Santarém, pela ideia brilhante de encher o concelho de cartazes milionários (leia-se, em que os milhões jorram em catadupa) depois de se ter passado o mandato a dizer que a Câmara estava falida!Ingenheros!!- “Faena trigaffe” para Ramiro Matos, presidente da concelhia laranja de Santarém, em discurso proferido no restaurante do CNEMA, por ocasião da merecida homenagem ao “senhor teatro”, Carlos Oliveira. Pelos vistos, a ansiedade eleitoral continua a afectar o discernimento dos sociais-democratas cá do burgo.Na verdade, enganar-se, numa só intervenção, no nome do homenageado, da entidade homenageadora e propor ainda, à guisa de conclusão, uma distinção futura concedida já há milénios, convenhamos que é demais!Enfim! Quem nasceu para lagartixa, nunca chega a jacaré!É o frenesim senhores! É a ânsia de poder a traduzir-se num chorrilho de “gaffes”, dislates e disparates, vidências e inconfidências, comoções e simulações. Num avolumar de dissertações, discussões e intervenções, inversamente proporcionais à clarividência das ditas!Gostaria, contudo, de lhes chamar a atenção, para o facto das cerimónias políticas (nesta altura tão frequentes), serem ocasiões onde, ao contrário do que muitas vezes se pensa, se pode aprender bastante acerca da natureza humana. Assim, vos não deixeis distrair pelos discursos!

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