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É preciso aumentar o número de praticantes

Associação de Atletismo de Santarém com casa nova
A Associação de Atletismo de Santarém (AAS) está em fase de mudança. Desde a semana passada que os serviços do organismo que coordena o atletismo no distrito de Santarém estão a funcionar no edifício de apoio ao campo nº dois de Almeirim, na avenida D. João I, em frente às piscinas municipais da cidade, num espaço que foi cedido pela autarquia.Mudanças que o presidente da AAS, Eduardo Gonçalves, não tem dúvidas que vão ajudar a melhorar a organização do atletismo no distrito. “Agora com outras condições de trabalho vamos tentar aumentar número de praticantes”, diz o dirigente que está a meio do actual mandato de dois anos mas que já lidera a associação há década e meia.A época passada foi difícil para a Associação de Atletismo de Santarém. O número de atletas baixou, foi de apenas 400 federados, segundo Eduardo Gonçalves devido à obrigatoriedade da realização dos exames médico-desportivos.Antes havia um “acordo” entre a Federação Portuguesa de Atletismo e o governo em que se entendia que os atletas que faziam atletismo andavam nas escolas e que por isso estavam dispensados dos exames, mas a partir do caso Féher a situação alterou-se e os exames passaram a ser obrigatórios.Como a burocracia é grande, alguns dos miúdos que até aqui experimentavam a modalidade e depois viam se gostavam ou não, agora quando se vêem confrontados com a necessidade dos exames, acabam por nem sequer fazer as primeiras corridas.No entanto o dirigente acredita que este ano as coisas vão melhorar, até porque deverão surgir novos clubes ou clubes que estavam inactivos. “Já pediram documentação ou re-filiação pelo menos quatro clubes que deverão voltar à actividade e aumentar número de atletas. Actualmente estão inscritos 22 clubes”, revela o dirigente.Comparativamente com outras associações, o nível do atletismo em Santarém é bastante elevado e a prova disso são os resultados que os atletas do distrito obtêm em corridas que vão fazer a outros distritos. Paralelamente muitos atletas das várias selecções nacionais são de Santarém ou praticam atletismo no distritoAinda nos últimos campeonatos mundiais, que se realizaram este ano em Helsínquia, os atletas que conquistarem medalhas – Rui Silva e Susana Feitor – são naturais do distrito. “Temos vários troféus nesta sala que comprovam o trabalho de base que é feito aqui. São taças que podem não dizer nada às pessoas mas que para nós são muito importantes.A melhoria das infra-estruturas para a prática da modalidade no distrito é outra das condições basilares para o desenvolvimento do atletismo na região. “Se tivermos infra-estruturas onde as pessoas se sintam bem, o trabalho é diferente para melhor. Em Agosto foi inaugurada pista de Fátima e há um clube de veteranos que deverá regressar à actividade federada”, explica Eduardo Gonçalves.Para o dirigente da AAS, o distrito de Santarém não está muito mau em termos de pistas de atletismo, embora haja concelhos, como é o caso da capital do distrito, que não têm qualquer infra-estrutura preparada para a modalidade. Ao mesmo tempo, há pistas de atletismo que não têm os equipamentos técnicos para competição ou treino, caso das barreiras ou dos blocos de partida.O futebol come tudoPara Eduardo Gonçalves, o principal problema do atletismo define-se com a célebre canção “os vampiros”, de Zeca Afonso. “O problema é que eles comem tudo”, diz, referindo-se ao futebol, que absorve a maior parte dos subsídios camarários para apoio à prática desportiva. “Dá-se mais importância a um campeão distrital da segunda divisão distrital de futebol que a um campeão nacional de atletismo”, opina, criticando ai o papel da comunicação social.A exemplificar a falta de apoio das autarquias, o líder da AAS revela que para a construção da nova sede, fizeram um pedido a todas as câmaras do distrito solicitando apoio para a obra mas os resultados desses contactos foram mínimos. “Estranhamente apenas quatro câmaras nos apoiaram. As restantes não responderam ou disseram que não tinham forma de apoiar porque apoiam os clubes locais. Com o futebol é diferente”, queixa-se.Para concretizar a nova sede, o maior apoio veio da Câmara de Almeirim que cedeu o espaço ficando a recuperação a cargo da associação. A parte que ficará sob gestão da AAS é composta por uma sala ampla onde se poderá fazer reuniões e onde estão os troféus.Refira-se que a anterior sede, em Santarém, não tinha as menores condições para trabalhar. Para se ter uma ideia, a direcção é composta por sete elementos e não cabiam os sete na mesma sala”.Com melhores condições, o presidente da Associação de atletismo acredtita que, a médio prazo, pode chegar aos mil praticantes federados.

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