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Futuro da Metalgrupo mais uma vez adiado

Assembleia de credores suspensa para analisar nova proposta de um grupo árabe interessado em comprar a fábrica

Mais quinze dias de angústia para os trabalhadores da Metalgrupo, que continuam à espera que os credores da maior empresa do Cartaxo decidam o seu futuro.

Passou mais de um mês desde a última assembleia de credores e ainda não houve uma decisão sobre o futuro da maior metalúrgica do concelho do Cartaxo. A decisão ficou em aberto pela segunda vez, por requerimento do administrador de insolvência, António José Rodrigues, que comunicou o interesse de um grupo árabe ligado à cria-ção de cavalos na compra da empresa. Ficou marcada nova assembleia para dia 12 de Outubro. O processo está cheio de peripécias. Na assembleia de 3 de Agosto, na qual ia ser votado o plano de insolvência, os trabalhos foram suspensos para analisar uma proposta de compra das instalações por parte de uma multinacional ligada ao sector automóvel. Passados quase dois meses, na mais recente assembleia de 21 de Setembro, quarta-feira, a novidade era a de que afinal quem está interessado na indústria é um grupo árabe representado por um emigrante portu-guês que reside em Inglaterra. António José Rodrigues não conseguiu dar grandes explicações sobre esta nova possibilidade, dizendo que tem sido difícil contactar o representante do grupo económico que alegadamente tem sede no Dubai. O administrador de insolvência disse que os empresários árabes querem fazer a “criação de cavalos na região de Santarém, para jogos a nível europeu”.A proposta dos árabes, segundo divulgou o administrador de insolvência, é a de pagar 65 por cento da dívida a todos os credores no prazo de seis meses. Excepto aos credores públicos (fisco e segurança social) que reclamam o pagamento integral da dívida. Em troca ficam com o total do capital social da empresa, que tem um passivo de cerca de 11 milhões de euros. Recorde-se que o plano de insolvência prevê o perdão de 30 por cento do capital dos créditos reclamados e dos juros vencidos e vincendos. Depois a empresa compromete-se a pagar as dívidas em dez anos, após um perío-do de carência de 18 meses. Está prevista a amortização da dívida em 17 prestações semestrais iguais e sucessivas.O regime especial aplica-se às instituições públicas. Para a Segurança Social propõe-se o pagamento da dívida em 150 prestações mensais. Às finanças, que reclamam cerca de 700 mil euros, a empresa propõe-se liquidar a dívida em 60 prestações. O arrastar do processo, que começou no final de Julho, está a provocar ansiedade nos trabalhadores, segundo disse o delegado regional de Santarém do Sindicato dos Metalúrgicos. José Neves diz também que esta indefinição está a fazer com que a empresa esteja a laborar muito abaixo da sua capacidade. “Há trabalhos que estão parados porque os clientes estão à espera, a ver o que isto dá. Há falta de matéria-prima porque os fornecedores estão na expectativa”, explicou.

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