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Coligação desfeita

Militantes do CDS deixam lista conjunta com o PSD em Constância

A aliança entre PSD e CDS em Constância rompeu-se a poucos dias das eleições. Os centristas acusam os social-democratas de romperem o acordo quanto à distribuição de lugares nas listas.

A distrital de Santarém do CDS-PP anunciou segunda-feira que os militantes do partido que integravam as listas da coligação com o PSD em Constância renunciaram aos lugares em protesto por uma alegada falsificação de documentos.Em declarações à Agência Lusa, Herculano Gonçalves, líder da distrital do CDS/PP, afirmou que apresentou nesse mesmo dia uma queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE).Herculano Gonçalves responsabiliza o mandatário da coligação “Nova Força” pela alteração dos documentos entregues em tribunal, assegurando que o processo “está a ser tratado pelos advogados”, acusação que já tinha feito em conferência de imprensa na sexta-feira anterior.Segundo disse, o candidato indicado pelo CDS, Rui Nunes, havia assinado o termo de aceitação de candidatura à assembleia municipal que, posteriormente, foi “rasurado”, sendo substituídas as palavras “municipal” e “Constância” por “freguesia” e “Montalvo”, aparecendo agora o candidato do CDS-PP como cabeça de lista à Assembleia de Freguesia de Montalvo e em número dois na lista à câmara.Herculano Gonçalves admitiu, na conferência de imprensa, que a lei estipula dois dias para a verificação dos documentos entregues (a 16 de Agosto) em Tribunal, mas disse que foi depositada total confiança no mandatário.Vasco Cunha, um dos coordenadores distritais do PSD para as eleições autárquicas, recusou-se a comentar o abandono da coligação por parte dos elementos do CDS.Mas, relativamente às acusações de falsificação de documentos, disse que o que se passou em Constância se deveu à falta de experiência e “algum amadorismo” de ambos os partidos a nível local. E acusa Herculano Gonçalves de, com a atitude de denunciar o caso ao tribunal, estar a constituir-se “parte do problema e não parte da solução”.Segundo aquele dirigente do PSD, a iniciativa de “rearrumar” as listas foi do cabeça de lista à Câmara de Constância, Paulo Diogo. Inicialmente, no acordo de coligação ficou decidido que o CDS indicava o número dois à câmara e os cabeças de lista à assembleia municipal e às assembleias de freguesia de Constância e Montalvo.Só que, segundo Vasco Cunha, em cima do prazo de entrega das listas no Tribunal de Abrantes o CDS só havia indicado dois nomes: o de Rui Sequeira Nunes e o da esposa. Perante esse facto, Paulo Diogo decidiu mexer na composição das listas. E Sequeira Nunes deixou de ser número um à assembleia municipal, mantendo-se no entanto como número dois à câmara. Vasco Cunha garante que não estava dentro do processo e que só quinta-feira, 29 de Setembro, soube do que se passou em Constância. Quanto à possibilidade de apresentação de uma queixa em tribunal, Vasco Cunha não se mostrou muito preocupado, afirmando que “o juiz não mandou nada para trás e aceitou o processo como bom”.Como consequência prática do abandono dos eleitos do CDS, em caso de eleição, sobe o nome seguinte da lista. Um exemplo: se a coligação elegesse um elemento para a Assembleia de Freguesia de Montalvo, tomaria posse no cargo o número dois da lista, por desistência do número um, Sequeira Nunes.Até dois dias antes das eleições, os candidatos constantes das listas entregues em tribunal podem desistir da candidatura. Mas a lista já não pode ser alterada com a introdução de novos nomes. É por isso que existem os elementos suplentes. Recorde-se que PSD e CDS/PP assinaram acordos de coligação em três concelhos do distrito de Santarém, Constância, Benavente e Chamusca (todas autarquias lideradas pela CDU), assegurando Herculano Gonçalves que as outras alianças com os sociais-democratas não estão em risco.O MIRANTE/Lusa

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