O assesor de imprensa da mediática Fátima Felgueiras é um militante do CDS/PP de Santarém e integra a lista desse partido que concorre à freguesia de Marvila, a maior desse concelho ribatejano. Licenciado em Direito e freelancer na área da assessoria de imprensa, Tiago Cardoso chegou a Felgueiras sem conhecer a realidade local e caindo no epicentro do turbilhão que causou o regresso da ex-presidente da câmara do Brasil, onde esteve fugida à justiça.Nos últimos anos Tiago Cardoso residiu em Lisboa, tendo sido assessor de imprensa do Ministério da Justiça quando este foi dirigido pela dirigente do CDS Celeste Cardona. Essa experiência valeu-lhe agora o convite por parte de Horácio Reis, director de campanha de Fátima Felgueiras, sócio da conhecida empresa têxtil Triple Marfel e homem poderoso na zona.“Deu-se o caso de precisarem de um assessor de imprensa e resolvi aceitar a proposta”, explica Tiago Cardoso, que por motivos óbvios tem estado mais empenhado na guerra autárquica de Felgueiras do que no que se vai passando na cidade em que é candidato – Santarém. “Sei que integro a lista do CDS/PP à Assembleia de Freguesia de Marvila, mas nem sei em que lugar”, afirmou a O MIRANTE para ilustrar a situa-ção.Contactado pelo nosso jornal, Tiago Cardoso não se furtou a qualquer questão mas fez questão de afirmar: “Neste caso não sou eu a notícia. Sou apenas o assessor de imprensa”. Apesar de o seu nome e as suas actuais funções, bem como as ligações ao CDS/PP, terem merecido a atenção e algumas linhas de texto em publicações como o Expresso, o Diário de Notícias e a Visão.Instado a comentar o facto de estar ligado a uma candidatura liderada por uma pessoa suspeita de vários crimes e que esteve fugida à justiça, Tiago Cardoso opta por uma abordagem meramente profissional e politicamente correcta. “Não tenho de fazer juízos de valor sobre a culpabilidade de ninguém, não é isso que me compete fazer”, diz sucintamente. O jovem Tiago Cardoso está a viver um dos grandes desafios da sua vida profissional. Bem maior do que os que lhe proporcionavam a pacata vida política em Santarém. Mesmo assim foi mantendo alguns conflitos internos no partido, assumindo posições nem sempre convergentes com as direcções concelhia e distrital.Deu a cara, por exemplo, pela candidatura de Carlos Rodrigues pelo CDS/PP à Câmara de Santarém em 1997, apoiando uma figura polémica e que sempre esteve ligada ao PSD. A votação foi um desastre e o CDS ficou mais uma vez fora da vereação.Na segunda metade da década de noventa, Tiago Cardoso foi presidente da Juventude Popular de Santarém e eleito do CDS/PP na assembleia municipal escalabitana, por onde teve uma passagem apagada.Em finais de 2002 foi eleito presidente da mesa do plenário da concelhia de Santarém da Juventude Popular mas a actividade política no seu concelho de origem foi perdendo fulgor face às crescentes responsabilidades profissionais. Actualmente, como o próprio confirma, não desempenha qualquer cargo dirigente embora continue militante do CDS/PP.