O PS do Entroncamento tem dois mandatários. Um para a fotografia e outro para trabalhar e assumir as responsabilidades. Em Abril o partido anunciou que o seu mandatário era o apresentador de televisão Manuel Luís Goucha. E o próprio foi ao Entroncamento participar numa apresentação pública de candidatos. Mas o mandatário legal que o PS indicou ao tribunal e que consta dos documentos oficiais é o candidato à presidência da câmara, o advogado Alexandre Zagalo.O facto de Manuel Luís Goucha não residir no Entroncamento e isso dificultar a sua acção como mandatário levou a que o PS acabasse por indicar ao tribunal um outro mandatário. O partido nunca esclareceu publicamente a situação. Manuel Luís Goucha continuou a aparecer como mandatário enquanto Alexandre Zagalo executava essas funções. No anúncio do jantar/comício de 1 de Outubro o PS não se refere a Manuel Luís Goucha como mandatário e fala em “Participação especial de Manuel Luís Goucha”. Mas o equívoco persiste. Na véspera, no seu programa televisivo, Manuel Luís Goucha volta a referir-se a si próprio como mandatário das listas do PS no Entroncamento. E no decorrer do jantar, em que também esteve Manuel Alegre, o apresentador teve lugar na mesa de honra e fez inúmeras declarações para os órgãos de comunicação social na qualidade de mandatário, que afinal não é.Os mandatários são eleitores designados pelos candidatos, partidos políticos ou coligações e grupos de cidadãos independentes, com o fim de os representar nas operações eleitorais. No artigo 22º da Lei Orgânica nº 1/2001 de 14 de Agosto, conhecida por Lei Eleitoral dos Órgãos das Autarquias Locais é referido que o mandatário tem que ser um eleitor inscrito no respectivo círculo.