uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Filarmónica Alverquense está viva e de boa saúde

Filarmónica Alverquense está viva e de boa saúde

SFRA é referência no movimento associativo de raiz popular

A centenária Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense é um exemplo de vitalidade e adaptação aos novos tempos. A casa mãe da cultura em Alverca movimenta mais de mil participantes em actividades culturais, sociais e desportivas.

Com 131 anos bem vividos, a Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense (SFRA) não pára de crescer. A colectividade mãe da cultura em Alverca é um caso de estudo académico cujos resultados deverão ser divulgados no próximo ano.No sábado, à tarde, Maria Manuel Martins Sousa recebeu o emblema de ouro da instituição como reconhecimento pela sua dedicação de associada ao longo de 50 anos. “Vou guardar este emblema com muito orgulho. Tem um significado muito especial para mim”, disse a homenageada. A septuagenária lamentou que não tivesse sido o seu falecido marido, de quem herdou a condição de sócia, a receber a distinção e recordou a simpatia que ele tinha pela colectividade que frequentou durante longos anos. Hoje, Maria Martins tem orgulho em ter um neto a aprender música n SFRA. Luís Norberto Rosa também completou meio século de ligação à SFRA, mas não pode estar presente para receber a distinção e os aplausos de meia centena de convidados que participaram na cerimónia.O presidente da assembleia-geral da SFRA, José Alberto Pitacas, explicou que a vitalidade da colectividade, que movimenta mais de um milhar de praticantes em actividades culturais, desportivas e de recreio, é o resultado de uma “organização aberta, flexível e orientada para os sócios e para a comunidade”.Sérgio Leitão, líder da instituição e timoneiro do projecto de construção da nova sede, lamentou a falta de apoios do Estado e os atrasos nos seus compromissos. “Continuamos à espera de 12 500 euros dos 25 mil euros assumidos pelo Ministério da Cultura”, disse. Mas enganou-se na moeda, em vez de euros queria dizer contos. O Estado deve 62.500 euros à SFRA. A presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha, prometeu lembrar à tutela que há uma dívida e sublinhou a importância da SFRA no contexto regional da Área Metropolitana de Lisboa. “Esta organização já não se compadece com simples amadorismo”, referiu. A autarca sublinhou o empenho, dedicação e os riscos que correm os dirigentes quando, por exemplo, dão como garantia bancária para um empréstimo a sua casa, o carro ou a conta bancária. A SFRA está a solver um empréstimo de 750 mil euros e alguns dos seus dirigentes tiveram de assumir elevadas responsabilidades pessoais. Nem tudo são rosas. Para fazer face às dificuldades financeiras, está em marcha a “Campanha da Amizade” cujo objectivo é forrar uma parede da sede junto ao bar com pequenos azulejos personalizados adquiridos pelos sócios e amigos da colectividade. Cada azulejo será identificado com o nome do benemérito, o número de sócio e a quantia oferecida, sendo o valor mínimo 25 euros. Movimento associativo reivindica novo modeloConfrontado com o pessimismo do líder da SFRA em relação ao movimento associativo de raiz popular, o representante da Confederação das Colectividades de Cultura e Recreio mostrou esperança num novo modelo de apoio por parte da administração central. A confederação está a preparar um caderno reivindicativo para entregar ao Governo ainda este mês. Joaquim Augusto lembrou que em Portugal há 200 anos de história do associativismo, 18 mil associações, 103 mil dirigentes e mais de três milhões de associados.A sessão solene foi ainda marcada pela despedida da presidente da Junta de Freguesia de Alverca. Serafina Rodrigues recebeu um forte aplauso. Foi um reconhecimento pelo apoio dado à instituição. “Sinto que deixo aqui um pouco de mil, tenho nem que seja uma cadeira”, disse.Afonso Costa (PS) ainda não sabia que seria o sucessor de Serafina Rodrigues (CDU), mas o ainda presidente da assembleia de freguesia aproveitou a oportunidade para reafirmar a forte consideração e admiração pela autarca que serviu a freguesia durante 16 anos. O presidente eleito no domingo, sublinhou o relevante serviço da SFRA e considerou que a sua história andou de mãos dadas com a história da cidade. Nelson Silva Lopes
Filarmónica Alverquense está viva e de boa saúde

Mais Notícias

    A carregar...