A direcção do Abrantes Futebol Clube apresentou no Tribunal de Abrantes uma queixa-crime contra o presidente do Tourizense, Jorge Alexandre, acusando-o de calúnia e difamação. Esta situação surge na sequência dos incidentes que aconteceram no final do jogo Tourizense – Abrantes, a contar para o Campeonato Nacional da Segunda Divisão, disputado no dia 2 de Outubro, em Touriz. Segundo a versão dos dirigentes do clube de Abrantes, alguns elementos da comitiva abrantina terão sido agredidos após o termo do jogo e depois de Jorge Alexandre ter entrado no campo acicatando os ânimos dos adeptos locais.A prova de que algo de grave se passou em Touriz vem inserida no comunicado do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, que multou o Tourizense em 250 euros, precisamente por distúrbios causados pelo público.Mas a queixa-crime surge na sequência de declarações de Jorge Alexandre ao diário desportivo “Record” onde terá tentado dar a volta à situação colocando em causa a idoneidade de pelo menos três elementos do grupo de trabalho do Abrantes.Nessas declarações, o presidente do Tourizense disse que o chefe do departamento de Futebol do Abrantes, Nuno Pedro, o treinador Vítor Alves e o jogador Afonso, foram os causadores de tudo o que aconteceu no final do jogo. O que segundo os visados é uma mentira escandalosa.“Não foi nenhuma destas três pessoas que no final da partida entrou no terreno de jogo ameaçando tudo e todos, fazendo com que os adeptos locais invadissem o campo e na entrada para o túnel e dentro dele agredissem os elementos da comitiva do Abrantes, situação que foi testemunhada por elementos da GNR. Quem o fez foi Jorge Alexandre”, pode ler-se num comunicado subscrito pelos dirigentes, técnicos e jogadores do Abrantes.Mas mais grave ainda é o facto do dirigente do Tourizense, classificar, nas declarações ao Record, os três elementos do Abrantes como “assalariados do clube e uma cambada de vândalos que veste indignamente a camisola do Abrantes”. O comunicado da direcção do Abrantes relembra que quanto a isto, o passado dos três elementos fala por si. “O vice-presidente e director desportivo, Nuno Pedro, tem um trajecto na condução dos destinos do Abrantes, desde a sua fundação, que não deixa qualquer dúvida do seu valor, como homem e como dirigente. O técnico Vítor Alves e o jogador Afonso contam com uma carreira no futebol que deixam a léguas alguns curiosos que se utilizam do mesmo para se promoverem socialmente”, pode ler-se no comunicado.No referido jornal, Jorge Alexandre afirma igualmente que “para acusarem um povo pacífico como o de Touriz de desordeiro ao pé de vândalos que destruíram as nossas instalações”, os dirigentes do Abrantes estão “realmente de má-fé”. E aqui mais uma vez os dirigentes do clube ribatejano mostram a sua estupefacção pelo que definem de tanta mentira. “No final do jogo, os delegados do Abrantes e do Tourizense, acompanhados pelo comandante da força policial que se encontrava destacada no Parque Desportivo Visconde do Vinhal, vistoriaram o balneário abrantino e constataram que nada estava destruído nem danificado”, dizem no comunicado.É por todas estas razões e tendo em conta o seu bom-nome, que Nuno Pedro, Vítor Alves e Afonso decidiram intentar queixa-crime nas instâncias judiciais contra o presidente do Tourizense, Jorge Alexandre por calúnia e difamação. Segundo o comunicado, a queixa já deu entrada no Tribunal de Abrantes.