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Vêm aí tintos de grande qualidade

Apesar da quebra de produção devido à seca, adegas da região com perspectivas positivas

O tempo seco fez reduzir o tamanho das uvas, mas contribuiu para a concentração das características essenciais à produção de um bom vinho, como a cor e os níveis de açúcar.

O vinho da região vai ser este ano de melhor qualidade do que o do ano passado. O tempo seco e quente que se tem feito sentir fez realçar as características das uvas. O grande senão é a quebra na produção, potenciada pelo período de seca que o país atravessa - há zonas onde a redução da quantidade chega aos 30 por cento.A campanha vinícola deste ano está a caracterizar-se por uma boa maturação das uvas, que apresentam também um bom estado de sanitário. Os produtores perspectivam também uma produção com elevados graus alcoólicos. Na Chamusca, por exemplo, a adega cooperativa ainda não recebeu uvas com grau inferior a 12 graus. O enólogo da Adega Cooperativa do Cartaxo, Pedro Gil, destaca o óptimo estado das uvas que vai contribuir para um bom ano vinícola. “Não apareceram doenças nas vinhas, o que provocou uma redução nos tratamentos. Isso também contribui para que o vinho seja melhor”, sublinhou. Na zona de Almeirim o tempo seco fez-se sentir mais nas uvas tintas. Segundo o enólogo da adega cooperativa local, uma das maiores do país, António Ventura, as condições climatéricas condicionaram o crescimento dos bagos, que são mais pequenos que os da época passada. Mas esse factor fez com que a concentração de cores fosse maior. “Vamos ter uns tintos com bastante estrutura, com cor forte”, sublinha António Ventura, realçando que este é “um excelente ano para os vinhos tintos”. Para o gerente da Agrovalente, de Tomar, que produz o “Casal das Freiras”, as perspectivas são muito boas. “O tempo que se fez sentir em Setembro ajudou à maturação das uvas, que estão a dar vinhos com boa qualidade”, salientou. No entender do director de serviços da Adega Cooperativa da Chamusca, Tiago Prestes, este vai ser um ano de “vinhos com acentuado sabor, com cor”. E salientou o facto de nesta zona, essencialmente de aluvião, não se terem registado problemas de podridão nos bagos, o que também contribui para a boa qualidade. Se para os tintos as perspectivas superam as expectativas, nos brancos, em algumas zonas, não se esperam produções muito melhores que no ano anterior. Segundo o enólogo da cooperativa de Almeirim “os vinhos brancos estão ao nível dos feitos nos outros anos”, embora com uma melhoria na qualidade. Em temos de quantidade a situação já não é muito animadora. Em algumas adegas contactadas por O MIRANTE não é ainda possível determinar as quebras. Mas na Adega Cooperativa do Cartaxo as contas feitas levam a uma diminuição de 15 por cento, enquanto em Almeirim se calcula que chegue aos 30. Um factor que pode vir a reflectir-se no preço da venda aos consumidores.

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