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Críticas na hora da vitória

O presidente reeleito em Tomar não poupou os adversários eleitorais
Já passava das 22h30 quando o presidente da Câmara de Tomar reeleito apareceu na sede de campanha do PSD. Quis dar a cara já com a garantia da segunda maioria absoluta e foi recebido com abraços e beijos pelas dezenas de apoiantes que durante mais de duas horas não arredaram pé.António Paiva estava contente. Mas não eufórico. A maioria absoluta não impediu que perdesse um vereador para o movimento Independentes por Tomar, que conseguiu colocar os dois primeiros da sua lista no executivo municipal, afectando também o PS, que ficou limitado a um vereador (contra os dois do mandato anterior). Apesar de ter garantido mais uma freguesia que há quatro anos (Beselga), na cidade o PS foi o grande penalizado pelo eleitorado do concelho, onde não conseguiu ir além dos 17,94 por cento de votos (22,53 por cento em 2001).Furando por entre a pequena multidão enquanto distribuía abraços e beijos à esquerda e à direita, o presidente encaminhou-se para a mesa de honra. A esposa, que não se furtou também às manifestações de júbilo do povo, deixou-se ficar “escondida” entre a gente anónima.Na mão António Paiva levava um grosso caderno cujas capas em xadrez guardavam o discurso preparado pouco tempo antes, em casa.Um discurso que começou calmo mas que foi subindo de tom, inflamando a assistência. António Paiva criticou “a série de mentiras” que foram principal tema desta campanha.Apelidando-se como “a cara de uma grande equipa, que tem nos quinto e sexto lugares melhores elementos que outros têm em primeiro e segundo” o independente eleito pelo PSD devolvia assim as críticas de que tinha sido alvo durante a semana que antecedeu o acto eleitoral.“Houve alguns que acharam que nós não iríamos conseguir a maioria absoluta. Fica agora provado que não foi isso que pensou a maioria dos tomarenses. É aos que acreditaram em nós e foram votar que tenho de agradecer em primeiro lugar”. E se o disse, melhor o fez, desfiando o rol de nomes que tinha apontado no caderno xadrez. “Escrevi-os com receio de me esquecer de alguém”, confessaria mais tarde. Pedindo aos restantes partidos que respeitem o que foi a vontade da população, António Paiva levou os apoiantes ao rubro quando gritou que o PSD teve mais do dobro da votação de qualquer das outras listas. E isso prova, segundo o presidente, que o grosso da população de Tomar aprova as propostas contidas no programa social-democrata. “Quando me chamarem teimoso lembrem-se que a teimosia não é a minha, é da população que continua a acreditar neste executivo”. As últimas palavras de António Paiva perderam-se no meio dos gritos de vivas ao partido. Sem parar para respirar António Paiva disse reconhecer que o último mandato não foi fácil – “A mim próprio não correu bem” – mas afiançou que este executivo irá procurar corrigir alguns erros do passado. E pôs a mão na ferida ao admitir que procurará estar mais próximo da população, uma das principais queixas dos munícipes.“Espetando” o livro em direcção aos apoiantes o presidente disse ter ali apontado as dificuldades que sentiu ao longo da campanha. E é do que ali escreveu que sairão as respostas que a população deseja. Uma espécie de Bíblia presidencial.Margarida Cabeleira

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