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Moita carrasco

Moita carrasco

Poder socialista terminou em Santarém graças a um independente apoiado pelo PSD
No dia em que a chuva regressou em força ao território nacional os ventos de mudança sopraram com vigor em Santarém, ajudando o PSD, através do independente Moita Flores, a conquistar a câmara municipal nas mãos do PS há 30 anos.A noite eleitoral teve todos os ingredientes para inspirar mais um argumento ao escritor e criminólogo que garante ir liderar o município nos próximos quatro anos. O suspense durou praticamente até à contagem da última mesa de voto. E nem sequer faltou o momento trágico-cómico de se assistir, em dois pontos diferentes da cidade, à comemoração da vitória por parte dos apoiantes do PSD e do PS.A culpa foi da RTP e da TVI que, já para lá das 22h00, ainda insistiam no triunfo de Rui Barreiro. O que motivou festejos exuberantes na sua sede de candidatura ao mesmo tempo que no Largo do Seminário algumas centenas de apoiantes de Moita Flores já o tinham ouvido dizer: “Esta é uma vitória de Santarém. Acabou o medo!”. Foi também a televisão que influenciou os primeiros estados de alma. A projecção da TVI dava ligeira vantagem ao PS e esse canal começou a dar como certa a vitória de Rui Barreiro. Na sede de campanha de Moita Flores notava-se algum desencanto e apreensão. Numa sala privada o candidato e o seu estado-maior esperavam pelos resultados.Cerca das 20h00 surge o primeiro raio de esperança para os apoiantes que se encontravam na sede. Mário Santos, número três da lista à câmara, diz que “está tudo em aberto” e acredita que vão conseguir “dar a volta às projecções”.Não se engana. Passada uma hora ouvem-se os primeiros gritos “Moita, Moita…”. É o prenúncio da vitória, mas os principais responsáveis aconselham calma. As mesas de voto da cidade tornam-se decisivas. O eleitorado urbano começa a fazer a diferença. Apesar de Moita Flores destacar também o reforço da votação nas freguesias rurais.A partir daí a euforia torna-se incontrolável. A cerveja esgota no único bar aberto na zona. Uma onda laranja agita a habitual pacatez nocturna do Largo do Seminário. Da varanda da sede, o “histórico” Eurico Saramago agradece ao candidato “por ter feito aquilo que o PSD em 30 anos nunca conseguiu”.Moita Flores retribuiu os agradecimentos e estendeu-os a todos os independentes da esquerda à direita que o apoiaram. “Não tenham dúvidas que Santarém vai mudar”, disse aos jornalistas. Avaliação das condições das escolas antes do Inverno e o controlo orçamental são as primeiras preocupações.Garantindo que vai ser presidente por quatro anos, Moita Flores avisou que a autarquia “vai deixar de ser uma câmara de clientes” e deixou uma palavra de incentivo aos funcionários municipais: “Que fique claro para todos os trabalhadores da câmara que têm aqui um companheiro e um amigo. Não têm aqui um inimigo. Vamos trabalhar todos juntos de uma forma leal, responsável, para reconstruir este concelho”.Entre a pequena multidão que festeja vêem-se figuras conotadas com outras forças políticas. Ramiro Matos, presidente da concelhia do PSD, não esquece o contributo de todos e endereça também os cumprimentos a todas as candidaturas. “E também a Rui Barreiro, o grande derrotado desta noite”. Ouvem-se assobios pela primeira e última vez. Depois a festa continua. Ali, com o contributo do músico Carlos Mendes, e pelas ruas da cidade.João Calhaz
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