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Vitória sofrida

Vitória sofrida

Luís Azevedo só garantiu a maioria absoluta em Alcanena depois das dez da noite
Luís Azevedo suspirou de alívio, levantou os braços em sinal de vitória e deixou que os olhos se marejassem de lágrimas quando, pouco depois das 22h00 do último domingo, a mesa número 1 de Alcanena deu maioria absoluta ao movimento Independentes pelo Concelho de Alcanena (ICA), do qual era cabeça de lista.O presidente da Câmara de Alcanena acabou por garantir um segundo mandato tranquilo mas a vitória absoluta esteve tremida até quase ao final do escrutínio. E uma hora antes da apoteose, Luís Azevedo dizia mesmo à reportagem de O MIRANTE que “a coisa estava negra”.Nessa altura faltavam apurar ainda os resultados das quatro mesas de voto existentes na sede de concelho. Cujos números iriam mostrar-se decisivos. Os números que já tinham chegado davam três vereadores ao ICA e apontavam para que PS e PSD conseguissem dois vereadores cada.O que dava a Luís Azevedo uma maioria relativa. O presidente admitia que aquele cenário não era o ideal mas tinha sido ponderado. “Já tenho uma fórmula para tentar ultrapassar esta maioria relativa”. Na pequena sala da sede de candidatura o ambiente era tenso àquela hora. Luís Azevedo e os seus colegas vereadores, também eles recandidatos, recebiam as votações das várias mesas via telefone, que eram depois introduzidas no computador.Na sala principal, mais de uma centena de apoiantes olhava sôfrego para o ecrã da televisão, que ia dando a tendência de voto no concelho. O ICA tinha já garantido cinco das sete freguesias a que concorreu (de um total de dez) - Bugalhos, Espinheiro, Minde, Moitas Venda e Vila Moreira. Mas tinha perdido Malhou para o PS por 21 votos.Luís Azevedo tirava os óculos e limpava os olhos. Pedia água e fazia contas. O vereador Artur Simões ofereceu-lhe a máquina de calcular mas o presidente preferia fazê-las à mão. O semblante suavizou-se quando chegaram os resultados da primeira mesa de voto apurada na sede do concelho. Que lhe deu a maioria. Apesar do menor número de votos em relação às eleições de 2001. “Isto já nós esperávamos. Não se podem comparar os dois actos eleitorais”, dizia, numa alusão ao facto de, há quatro anos, ter concorrido pela primeira vez contra o seu próprio partido (PS) que o “escorraçou” em prol da candidatura de Carlos Cunha.Na sala ao lado, meia dúzia de senhoras tentava confortar a esposa de Luís Azevedo que não parava de chorar. “Nada está perdido”, diziam-lhe, mas as lágrimas teimavam em cair.Pouco antes das dez da noite surge o primeiro grito de vitória vindo da sala principal. Na televisão aparecia pela primeira vez o ICA com mais um vereador (totalizando quatro), “roubado” ao PSD. Mas resultados definitivos só chegaram minutos depois das 22h00, quando foram conhecidos os dados da última mesa de voto. Mesmo assim Luís Azevedo quis a certeza absoluta. E esperou pela confirmação oficial. Então sim, levantou os braços e olhou para cima, talvez a agradecer a Deus.Na sala já tudo gritava e pulava, esquecendo-se por momentos do frango assado, dos panados e dos bolos em cima da mesa. Não para cima da mesa mas de uma cadeira subiu o presidente vencedor, que por entre gritos e ovações, agradeceu à população que tornou novamente possível, quatro anos depois, o feito alcançado em 2001. Uma vitória, disse Luís Azevedo, que ficará na história do concelho. “E agora, para saberem que estamos unidos, satisfeitos e que somos melhores que eles vamos lá todos para a rua fazer um bocado de barulho”.Margarida Cabeleira
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