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Ecológico Manuel Serra d’Aire

Há coisas muito difíceis de explicar. Como as aparições da Nossa Senhora em Fátima (porquê lá, com tanto local mais aprazível no país e no mundo?), a continuidade de Peseiro no Sporting e o regresso da chuva precisamente no dia das eleições autárquicas.Digam o que disserem, ninguém me convence que não anda aqui mão divina. A Câmara de Santarém escorregar das mãos dos socialistas ao fim de quase 30 anos, e precisamente após um ano sem chover nada de jeito, é um sinal de que Deus não adormeceu para sempre. De vez em quando acorda e zás, dá-lhe para fazer das suas….Desta vez quem pagou foi Rui Barreiro, por acaso um homem temente a Deus e católico militante. Há cerca de dez anos tinha sido o Cavaco. Recordas-te? A seca também foi medonha no final do cavaquismo e até se chegaram a fazer procissões no Alentejo (agora não, porque já quase não há alentejanos…). Depois, ganhou o Guterres e desatou a chover. Tanto que o novo primeiro-ministro das primeiras coisas que fez foi vir ao Reguengo do Alviela apreciar a subida das águas do Tejo.Isto vem demonstrar, meu imarcescível amigo, que não há qualquer promiscuidade nem interesses dúbios entre religião e política. A coisa pode levar o seu tempo – como aconteceu com a ditadura de Salazar -, mas a justiça divina corta a direito e vem sempre ao de cima. Deus é isento e imparcial e se assim não fosse por certo já teria tido à perna a sempre vigilante e zelosa Comissão Nacional de Eleições. É que perante a CNE não há estatuto que valha seja lá a quem for. Nem mesmo a quem tem Deus no nome. São inflexíveis até à medula esses Robins dos Bosques dos tempos modernos.Mudando de tema, meu caro, falemos do figo preto para te dizer que estava a Leste do assunto quanto ao risco da sua extinção. Não fosse o teu último mail e não teria despertado para essa eventual calamidade para o nosso país e para a humanidade.Mas antes deixa-me fazer uma pergunta: os defensores do figo preto não estarão enganados? É que, cá para mim, ele já não existe. E se calhar nunca existiu. É como o lince da Malcata e o monstro do Loch Ness. O figo que temos é branco. Ainda há pouco o vi na TV e juro que é branco! Figo preto? Deixem-se de tretas! Esse chama-se Jorge Andrade e nunca jogou no Real Madrid. Por último, meu caro, deixa-me fazer um comentário a uma frase do Dalai Lama citada pelo Secretário de Estado do Turismo no Festival de Gastronomia de Santarém. Diz o santo e descabelado homem do Tibete, segundo afiança o governante, que “a gastronomia é a base do nosso relacionamento”.Diz e diz muito bem. Não sei como é que um asceta convicto, que por certo não conhecerá os prazeres de um bacalhau à lagareiro ou um leitão assado à Bairrada, chegou a tão brilhante conclusão. Mas provavelmente já esteve por perto do nosso compadre Fanã depois de este ter devorado um panelão de feijoada.Como bem sabemos, qualquer tipo de convívio ou relacionamento com o bom do Fanã após uma refeição à base de grão ou feijão é tão difícil como pôr o Bush e o Bin Laden a jogarem à bisca. No mínimo, tem que se respeitar um perímetro de segurança de 500 metros devido ao mau ambiente. E já não falo dos efeitos dos gases para o aumento do buraco do ozono…Saudações pantagruélicas do Serafim das Neves

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