Grupo espanhol interessado na Metalgrupo
Futuro da maior empresa do Cartaxo fica suspenso até 9 de Novembro
O futuro da Metalgrupo e dos seus 106 funcionários vai continuar suspenso até 9 de Novembro, altura em que voltará a reunir a assembleia de credores. Uma proposta de última hora de um grupo espanhol levou os credores a adiarem a decisão por mais um mês.
Ainda não foi desta que ficou definido o futuro da Metalgrupo, a maior empresa do Cartaxo que atravessa um processo de insolvência. Os credores reclamam cerca de onze milhões de euros de dívidas acumuladas ao longo dos últimos anos.A assembleia de credores reuniu no dia 12 de Outubro, no Tribunal do Cartaxo, mas o interesse manifestado no dia anterior por um grupo espanhol, levou a que a decisão ficasse em suspenso até dia 9 de Novembro. Data em que a assembleia voltará a reunir no mesmo local para apreciar uma eventual proposta dos espanhóis.O administrador de insolvência da Metalgrupo, António Rodrigues, explicou que tinha sido contactado por elementos ligados ao grupo espanhol, que manifestaram o seu interesse na aquisição da empresa e solicitaram o adiamento da assembleia de credores por dez dias úteis para obterem mais dados sobre a Metalgrupo e, eventualmente, apresentarem uma proposta de aquisição.António Rodrigues revelou também que o negócio que havia sido proposto na anterior assembleia de credores, realizada a 21 de Setembro, em que apareceu uma proposta de um grupo árabe, representado por um emigrante português que reside em Inglaterra, não tinha sido concretizado. Segundo explicou, chegou a haver um princípio de entendimento entre o grupo árabe e os sócios da Metalgrupo, mas o negócio não se realizou porque os potenciais compradores não apresentaram as garantias bancárias exigidas.Recorde-se que a proposta dos árabes era pagar 65 por cento da dívida a todos os credores privados no prazo de seis meses e cem por cento ao fisco e segurança social. Em troca ficavam com o total do capital social da empresa. A proposta de adiamento da assembleia de credores foi aprovada por esmagadora maioria, com apenas um voto contra. Foi entendimento geral que, apesar da definição do futuro da empresa se prolongar por mais umas semanas, esta situação é um mal menor e permitirá evitar a aplicação do plano de insolvência, que prevê o perdão de 30 por cento do capital dos créditos reclamados e dos juros vencidos e vincendos. Depois a empresa compromete-se a pagar as dívidas em dez anos, após um período de carência de 18 meses. Está prevista a amortização da dívida em 17 prestações semestrais iguais e sucessivas. O regime especial aplica-se às instituições públicas. Para a Segurança Social propõe-se o pagamento da dívida em 150 prestações mensais. Às finanças, que reclamam cerca de 700 mil euros, a empresa propõe-se liquidar a dívida em 60 prestações. No entanto o advogado da Metalgrupo, João Carlos Fernandes, deixou claro que este é o último adiamento da assembleia de credores e que na próxima sessão terá mesmo de ser analisada uma solução definitiva.Opinião semelhante tem o director da delegação regional de Santarém do Sindicato dos Metalúrgicos, José Neves, que considera que no dia 9 de Novembro tem de haver epílogo para que os trabalhadores possam ter tranquilidade e para que a Metalgrupo volte a laborar em pleno. “Neste momento apenas têm trabalho com um cliente importante. Os restantes clientes devem estar à espera que o processo se resolva”, afirmou.
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