O grupo Capitalinvest anunciou esta terça-feira um investimento de cem milhões de euros na periferia de Santarém para a construção de um retail park, uma central de distribuição e uma unidade de produção eléctrica a partir de energia solar. O projecto será implantado junto ao Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA) e do novo troço da circular urbana da cidade. O CNEMA vendeu duas parcelas de terreno à Capitalinvest, que lhe permitiram encaixar cerca de 7 milhões de euros. O contrato-promessa de compra e venda já está assinado, mas o acordo carece ainda da aprovação da assembleia geral de accionistas do CNEMA, marcada para 24 de Outubro.Em declarações à Agência Lusa, Alexandre Alves, administrador do grupo, explicou que o investimento prevê a construção de um espaço comercial, destinado a acolher uma dezena de lojas de média dimensão, uma central de distribuição logística para retirar o trânsito da cidade e uma central fotovoltaica, com painéis solares destinados à produção eléctrica.No caso da central, os painéis serão compostos de silício e a “energia limpa produzida será injectada na rede” para abastecer a própria cidade de Santarém, explicou Alexandre Alves, lamentando a falta de apoio estatal nesta área.No seu entender, a energia solar “é muito mais regular do que o próprio vento” mas a “rentabilidade deste tipo de centrais” depende também da capacidade de injecção na rede, o que sucede em cidades de média dimensão como Santarém.Os painéis solares serão colocados sobre o retail park, um projecto que Alexandre Alves considera vir a ser um “caso de sucesso” na região de Santarém, como confirmam vários estudos encomendados pelo grupo investidor.“Existe uma dezena de grupos interessados em instalar-se em Santarém” e “se não for feito o retail park eles vão instalar-se de qualquer modo”, pelo que esta solução vai garantir “bons acessos e bom estacionamento”, que apoia o próprio “planeamento urbanístico” da cidade.A central de distribuição corresponde a uma anseio antigo do município que quer retirar do centro da cidade o trânsito de pesados, que contribui para a própria instabilidade do planalto de Santarém.Com esta solução, os camiões irão transferir a carga destinada a Santarém para carros mais pequenos, que depois serão responsáveis pela distribuição, explicou Alexandre Alves.O grupo Capitalinvest espera que o investimento venha a criar 1.800 postos de trabalho e 700 indirectos.O MIRANTE/Lusa