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Autárquicas de A a Z

Factos e protagonistas das eleições de 9 de Outubro

As emoções eleitorais já esfriaram, os novos executivos ainda não tomaram posse. É hora de falar dos factos e dos protagonistas das eleições de 9 de Outubro.

Antónios - Paiva em Tomar, Mendes em Constância e Rodrigues em Torres Novas conseguiram saborosas vitórias. O primeiro após um mandato marcado por problemas judiciais e concorrendo contra cinco listas. O segundo e o terceiro arrasando a oposição.Bloco de Esquerda – Segurou a Câmara de Salvaterra de Magos, concelho onde mesmo assim perdeu 3 juntas. Mas manteve o vereador no Entroncamento e reforçou posições ganhando voz em muitas assembleias municipais. Já tem mais peso autárquico na região que o CDS/PP.CDU – A coligação liderada pelos comunistas aguentou-se bem na refrega autárquica. Manteve as três câmaras (Benavente, Constância e Chamusca) e ganhou juntas importantes, como Samora Correia. Mas faltou-lhe o golpe de asa (reconquistar Alpiarça ou Coruche) que conseguiu noutros pontos do país, como nos distritos vizinhos de Leiria e Setúbal.Dionísio Mendes – Começou como vereador da CDU, a quem roubou a Câmara de Coruche em 2001, e agora conseguiu a maioria absoluta no executivo para os socialistas. A polémica com algumas famílias ciganas não teve efeitos nefastos nas urnas.Eleições – Decorreram sem problemas de maior. Não houve boicotes nem reivindicações oportunistas. Um sinal de maturidade cívica do povo ribatejano. Agora venha a resolução dos problemas.Francisco Moita Flores – Foi o vencedor da noite eleitoral pelo impacto regional e nacional que constituiu a sua vitória em Santarém, onde o PS reinava há 30 anos. Os escalabitanos fazem votos para que o sucesso na gestão da autarquia seja semelhante ao que revela como argumentista e escritor. Ganhão, António – Mostrou que está para as curvas na entrada para o seu último mandato autárquico à frente da Câmara de Benavente. Arrasou a concorrência e teve como cereja em cima do bolo a reconquista da Junta de Samora Correia.Herculano Gonçalves – O candidato e líder da distrital do CDS/PP jogou uma cartada arriscada em Santarém, onde o partido tem pouca expressão. Perdeu claramente ao não ser eleito vereador. O seu discurso de afronta ao PSD pelos vistos não pegou.Independentes – Saldo positivo para as duas listas que concorreram a câmaras municipais. Luís Azevedo repetiu a vitória em Alcanena, apesar da significativa perda de votos. Em Tomar, Pedro Marques e Rosa Dias voltam ao executivo liderando a segunda lista mais votada.Jaime Ramos – Outro dos vencedores. Conseguiu a maioria absoluta na Câmara do Entroncamento, um concelho onde até há 4 anos sempre ganhara o PS. Ficará com a gestão mais facilitada, mas as responsabilidades aumentam.Luísa Mesquita – A candidata da CDU à presidência da Câmara de Santarém afirmou-se como alternativa de poder durante a campanha. A fasquia foi colocada alta, mas a coligação nem sequer manteve os dois vereadores no executivo. E, ironicamente, viu fugir parte do seu eleitorado de 2001 para o candidato da “direita”, Moita Flores. Vai ter mais uma vez o papel de fiel da balança num executivo sem maioria absoluta.Miguel Pombeiro – Em Vila Nova da Barquinha o PS manteve uma maioria confortável. O jovem autarca cultiva um estilo low profile, mas continua a levar a água ao seu moinho. As obras nas zonas ribeirinhas da Barquinha e de Tancos devem ter pesado.Noras, José Miguel – O ainda presidente da Assembleia Municipal de Santarém não pode ficar de fora na derrota dos socialistas na capital de distrito. Afinal, foram as suas hesitações há quatro anos – ao não se afirmar a tempo e horas a nível interno como candidato a mais um mandato à frente da câmara escalabitana - que contribuíram para a ascensão, e recente queda, de Rui Barreiro.Orgulho – Ana Cristina Ribeiro tem motivos para se sentir satisfeita. Em Salvaterra de Magos está sedeada a única câmara ganha pelo Bloco de Esquerda. Anita, como é conhecida, mostrou mais uma vez, caso ainda houvesse dúvidas, que vale muito mais que o partido no concelho.Paulo Caldas – O mais jovem presidente de câmara da região foi reeleito no Cartaxo, mas perdeu um vereador para a CDU. Um aviso à navegação, apesar da margem de crédito que continua a ter perante o eleitorado. Os projectos que já anunciou para o próximo mandato mostram que o autarca socialista vê muito para lá dos muros do seu quintal.Quebra – Os socialistas têm que fazer contas à vida e afinar estratégias em concelhos como Tomar e Entroncamento, onde as prestações foram desastrosas. As divisões internas e a escolha dos candidatos não ajudaram à mobilização do eleitorado em municípios onde há uma década eram poder.Rui Barreiro – A escolher-se um derrotado na noite de 9 de Outubro ressalta o nome do ainda presidente da Câmara de Santarém. O socialista Rui Barreiro assumiu a derrota por inteiro, mas sabe que não está sozinho. A estratégia da concelhia, há quatro anos, só deu frutos no imediato. E o PS nacional deixou-o só na campanha eleitoral. Sócrates e Jorge Coelho mantiveram-se à distância. Porquê?Sérgio Carrinho – Arrancou aos solavancos para mais uma corrida autárquica, depois das irregularidades na gestão da autarquia que terá exposto à Polícia Judiciária. Deu a sensação de que o motor podia ir abaixo, mas acabou por acelerar a todo o gás para a maioria absoluta na Chamusca. A CDU agradece.Tri – Maria da Luz Rosinha conquistou pela terceira vez consecutiva a Câmara de Vila Franca de Xira. O antigo reduto comunista permanece de pedra e cal nas mãos dos socialistas, com mais dez mil votos que a concorrência mais directa. A conquista da Junta de Alverca à CDU foi a cereja no cimo do bolo.Ultrapassadas – As alusões aos candidatos “pára-quedistas” já não surtem efeito na campanha eleitoral e fazem parte de um léxico político remetido para a História. Sobretudo perante eleitorado urbano, que muitas vezes também não é oriundo da terra onde vota e que não se fecha perante o que é novo. O exemplo de Santarém é, a esse nível, paradigmático. Veiga Maltez – O presidente da Câmara da Golegã alcançou a maior percentagem de votos na região. Quase 70 por cento é obra. E ainda houve, a meio do mandato prestes a findar, a quezília com o seu vice-presidente Vítor Guia, que ganhou como independente a Junta de Azinhaga. O eleitorado, pelos vistos, gosta dos dois.Xaropada – No que se converteu a maioria dos debates entre candidatos. Muito ruído, muita redundância, poucas ideias. Os cartazes de campanha também não foram para além do óbvio e pouco contribuíram para fidelizar votos. Excepção, em termos de imaginação, foi a campanha negra e rosa do PSD em Vila Franca de Xira. Mas não deu resultado. Para reflectir.Zêzere, Ferreira do – O PSD continua a liderar o extremo norte do distrito de Santarém. As veleidades socialistas não surtiram efeito. Ferreira do Zêzere, Sardoal, Mação e Ourém são redutos intransponíveis que dão garantia de continuidade da maioria laranja na Comunidade Urbana do Médio Tejo.João Calhaz

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