Uma apertada discussão ao sprint deu a vitória a Alcino Serras no Duatlo do Cartaxo, prova que se desenrolou na manhã de domingo, na cidade e arredores. Dois segundos foram a diferença entre o atleta do SR Camarnal e o mais directo adversário, Rui Belo, do Vitoria Janes. Um equilíbrio que foi uma constante durante a corrida. Com partida junto ao Centro Cultural do Cartaxo, a prova, a contar para o campeonato Nacional de Duatlo, desde cedo contou com um grupo de nove elementos na cabeça da competição.Os atletas tiveram pela frente 9,4 quilómetros de corrida, seguidos de 39 quilómetros de ciclismo e mais 4.800 metros a correr, com partida no centro do Cartaxo, percurso pelas principais artérias e arredores da cidade.Do grupo que se destacou, foi João Santos quem mais puxou na dianteira após a transição para o sector de ciclismo. Chegou a dispor de alguma vantagem durante aquela fase da corrida, mas o esforço não compensou. Alcino Serras e Rui Belo nunca permitiram ao adversário uma distância irrecuperável e a discussão do triunfo resumiu-se aos dois.Com a meta instalada na praça 15 de Dezembro, em frente aos paços do concelho, os dois atletas entraram juntos na rua 5 de Outubro. Foi ao longo desses cerca de 400 metros que deram tudo, com Alcino Serras a ser mais forte que Rui Belo. No terceiro lugar chegaria João Campos, a 33 segundos do primeiro.Entre os duatletas da região, o destaque vai para Paulo Robalo (Alhandra Sporting Clube) e José Lino (Clube Natação Cartaxo), respectivamente, vigésimo e vigésimo primeiro, além do vigésimo terceiro, Paulo Calixto (Ateneu Artístico Cartaxense).No final da prova, Alcino Serras era um homem satisfeito com o triunfo. Considerou que se tratou de uma corrida muito difícil, confessando que não esperava que Rui Belo estivesse tão forte, e apontou como objectivo a participação no triatlo IronMan, uma prova de grande dureza onde só entram os melhores.Quanto a Rui Belo, estava contente mas também decepcionado pelo segundo lugar. “Tentei várias vezes deixar o Alcino para trás mas não consegui”, recordou.No sector feminino, a competição teve pouco história. Apenas três participantes alinharam à partida e a discussão resumiu-se à luta entre Cecília Franco e Carla Ribeiro.A duatleta do CNC ainda deu luta durante a primeira corrida mas foi incapaz de acompanhar a adversária devido a uma indisposição. Cecília Franco chegou isolada à meta quase sete minutos antes de Carla Ribeiro. No terceiro posto, a grande distância classificou-se Maria João Madeira (CF Os Belenenses). A vencedora confessou no final que não esperava ganhar a Carla Ribeiro e mostrava-se contente com o título nacional conquistado. Quanto à atleta do Cartaxo, estava decepcionada com a perda do título, logo em casa.“A prova correu mal logo de manhã. Só tomei o pequeno-almoço às oito horas e acabei por vomitar na segunda volta da corrida. Fui apanhada na terceira volta do ciclismo e já não tive força para recuperar na corrida final”, explicou a O MIRANTE. Adiantou ainda que vai continuar a apostar na participação nas provas de duatlo e triatlo para se divertir e conciliar com a actividade profissional.Na prova aberta, que teve início às nove da manhã, Miguel Ganchinho (individual) impôs-se a Miguel Henriques (CNC) por sete segundos, após 2.300 metros de corrida, 9,7 quilómetros de ciclismo e 1.250 metros de corrida. Entre as raparigas, a júnior Tânia Boleta (Os Kotas Bike Team) foi a mais rápida.Miguel Ganchinho alcançou um triunfo fácil e disse esperar subir ao ciclismo profissional, depois da temporada na equipa do Gondomar. Enquanto a jovem Tânia Boleta, de 16 anos e a viver numa instituição de caridade de Santo André, não deu hipóteses às adversárias. O Duatlo do Cartaxo foi uma prova bem organizada que só pecou por não contar com mais atletas de renome. Apesar do nevoeiro matinal, acabou por atrair algumas centenas de pessoas às ruas da cidade.Ricardo Carreira