Um excelente artigo de arqueologia comercial aquele que foi publicado na última edição de O MIRANTE com o titulo: “A mercearia do Banha e os três fiéis clientes”. Aquela loja não é funcional e não admira que não tenha clientes mas tenho pena que quando alguém pegar nela para a reformular a transforme em mais um espaço impessoal com muito mobiliário moderno e luzes de néon.Um dos nossos problemas é a falta de bom gosto. Confunde-se muito bom gosto com coisas modernas. Em algumas cidades há lojas antigas que se modernizaram sem perder a sua alma. Restauraram-se armários, usaram-se utensílios antigos na decoração, enquadraram-se os novos equipamentos de forma harmoniosa no conjunto. Com soluções assim ganhamos todos. Preserva-se um património importante sem necessidade de quebra de rendimentos. É claro que não espero que as remodelações de que falo sejam feitas por senhores como o dono da mercearia de Vila Franca de Xira. O senhor João Banha já ganhou direito à reforma. Mas há por aí jovens empresários que poderiam arriscar. Estou convencida que iriam obter bons resultados. Pena tenho eu de não ter espírito de empresária. Mas não me custa nada sonhar que um dia destes posso entrar numa renovada loja do Banha. Mercearia ou não. Maria Fátima Cardoso