João Sabino lança uma história de vida
Nova colecção “Memórias da Nossa Gente” em Benavente
Sábado à tarde, o salão nobre da Casa Calheiros, em Benavente, recebeu amigos, familiares e admiradores de João Sabino para o lançamento do livro “A Minha História”. O autor, um agricultor de 83 anos, dedicou o livro, escrito na primeira pessoa, aos netos. “Para que a memória perdure”, disse. “Eu sou um sentimentalão, vou muito pelas emoções na minha forma de pensar”, acrescentou com a voz embargada. Este foi o primeiro livro a ser lançado no âmbito da nova colecção de livros a editar pelo pelouro da cultura da Câmara Municipal de Benavente intitulada: “Memórias da Nossa Gente”. O segundo será escrito pela poetisa popular Piedade Salvador que vai descrever a sua infância e juventude em Samora Correia. O vereador da cultura, Carlos Coutinho considerou que esta colecção tem um grande significado pela recolha de histórias singulares, que podem constituir memória das gentes do concelho e da sua vida colectiva entre 1920 e 1940. O autarca recordou os seus tempos de menino numa sociedade necessariamente diferente da actual, sem as ofertas que hoje estão disponíveis para crianças e jovens. “Era algo delicioso ouvir os relatos do meu avô, de uma vida simples, de trabalho, também de algumas amarguras, mas eram relatos que tinham referências e valores que, infelizmente, se vão perdendo”.Segundo o vereador, este livro insere-se na preocupação de ver melhorada uma sociedade onde a estrutura familiar não contempla os mais velhos. “É um desafio podermos contar com os saberes dos mais velhos que não se aprendem na escola, mas dão-nos as referências de valores”, acrescentou.Quem conhece João Sabino sabe que é um excelente comunicador. Quem está em seu redor sente-se contagiado com o seu sentido de humor. João Sabino tem um espírito inovador que o levou a inventar ferramentas e máquinas agrícolas que permitiram o desenvolvimento de várias culturas, especialmente a do tomate, aliviando os ranchos de trabalhadores na vida dura do trabalho no campo. Domingos Lobo, escritor e animador cultural da Câmara Municipal de Benavente, assinou o prefácio do livro e enalteceu o discurso do guia desta viagem pelos campos ribatejanos.“João Vieira Sabino conta-nos, neste discurso singular, as dores e as alegrias de uma vida plena, vivida quase sempre em condições adversas, mas que ele soube, com coragem e inteligência, suplantar, tornar aliciante e diversa”, disse. João Sabino: soube vergar o destino”, concluiu o escritor.Para finalizar a tarde, tão especial para o autor, alguns amigos fizeram-lhe uma surpresa e cantaram o fado.
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