Os jogadores são uns santinhos na véspera dos jogos ou há sempre uma ou outra escapadela?É claro que nem sempre somos uns santinhos. Falando por mim, digo que tento cumprir com as regras do treinador. Se assim não fosse não conseguia estar, aos 35 anos, em condições de continuar a jogar ao nível em que estou.O que espera ainda da sua carreira?Vou continuar a jogar enquanto me sentir com forças e surgirem propostas para continuar. A idade de ambicionar ir mais além já passou. Mas estou satisfeito com a carreira que fiz. Joguei sempre ao nível dos campeonatos nacionais e quando olho para trás orgulho-me com a forma como estive na modalidade. Se lhe pedissem para deixar de jogar e passar a ser árbitro aceitava?Não. Nunca deixava de jogar futebol para ser árbitro. Não por não acreditar nos árbitros, mas sim porque entendo que ser árbitro é muito ingrato. Num jogo aceita-se o erro de toda a gente menos do árbitro. Prefiro jogar a bola. E quando acabar a minha carreira de futebolista de certeza que não vou para árbitro.Qual é a sua relação com os árbitros dentro do campo?É uma relação normal. Respeito as suas decisões. Discuto sem exageros quando entendo que alguma coisa está menos bem. Mas isso é normal e também uma forma de fazer alguma pressão. Mas de um modo geral sou um jogador correcto para com os árbitros.Se a sua esposa lhe pedisse para deixar de jogar futebol, fazia-lhe a vontade?Não. Primeiro porque ela não me fazia um pedido desses. E depois porque quando casou comigo eu já jogava há muitos anos e sabe que é uma das coisas que faço com gosto.É conhecido por alguma alcunha no balneário?Não. Sou muito brincalhão e há alguns colegas que têm alcunhas, mas não foram postas por mim. Gosto muito de brincar e assim descontrair a malta.Já alguma vez lhe aconteceu distrair-se a olhar para umas pernas bonitas que se encontravam na bancada?No jogo não. Concentro-me no jogo e durante aquele espaço de tempo não vejo mais nada.