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Esfusiante Manuel Serra D’Aire

Esfusiante Manuel Serra D’Aire

Concordo plenamente contigo. A beleza feminina é das poucas coisas que pode levar almas de Deus como nós e muitos outros a interessar-se pela política. Confesso que me estou marimbando para os discursos e para os programas dos partidos, mas não desprezo de todo os atributos de uma boa candidata, seja ela de que partido for. Aí voto no escuro e sem grandes problemas. A única decepção que fica a pairar é se mais tarde me vier a deparar com um travesti no lugar da airosa matrona em quem votei. Mas até nisso já estamos habituados. O que não falta para aí é candidatos que mudam de pele assim que se apanham no poleiro.Manel se soubesse o que sei hoje tinha fixado residência na Chamusca há muitos anos. Aquilo foi durante anos uma terra prometida, um autêntico paraíso financeiro, ainda por cima patrocinado pela câmara, logo legitimado oficialmente. Não se pagava taxa de resíduos, não se pagava taxa de esgotos, não havia derrama e a água da torneira só era cobrada a meia dúzia de papalvos.Já viste o dinheiro que sobrava no final do mês para investir no estudo da anatomia feminina das nossas vizinhas brasileiras ou na avaliação da frescura das lagostas da marisqueira do Fanã?E os sortudos que tiveram a oportunidade de juntar o útil ao agradável, ou seja, viver na Chamusca e ser funcionário da câmara, ainda melhor... É verdade que os ordenados não são grande coisa, mas as horas extra compensavam. Era um regabofe. Quem o diz, embora através de eufemismos, são os autarcas que por acaso já lá estão há anos. O que eu andei a perder. E agora é tarde de mais. Depois de entrar em falência, a câmara decidiu secar a teta. Quem chupou chupou, que não chupou chupasse… É assim a vida. Mais uma vez revelei um sentido de oportunidade só comparável ao do Pinilla. A baliza esteve aberta durante tanto tempo e eu sempre a rematar ao lado.Não sei se é caso para isso, mas acho que qualquer cidadão deste país, em nome da igualdade de oportunidades, de direitos e de deveres, devia pedir uma indemnização ao Estado por ter andado a desperdiçar dinheiro em coisas comezinhas como as taxas de lixo e de esgotos, quando tinha a Chamusca ali tão perto… Nem uma campanha de publicidade nas televisões do género vá para fora cá dentro, nem promoções em agências de viagem… Nada!Implacável Serra D’Aire é urgente fazer alguma coisa pelos senhores que estão desterrados na Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo, mais conhecida por DREL. Salvá-los do autismo, ligá-los à terra, explicar-lhes que há mais vida para além do salário ao fim do mês…Pelo que li n’O MIRANTE foram contactados quatro departamentos dessa zelosa instituição e ninguém soube dar um esclarecimento que fosse sobre a falta de uma educadora num jardim-de-infância (no concelho de Santarém) que já devia ter aberto no início do ano lectivo e ainda não abriu. A DREL, se fosse a exame, não chegava sequer à oral. Tenho dúvidas, aliás, que fosse capaz de responder em tempo útil a uma questão tão simples como: “Que horas são?”.Imagina agora que perguntavam à DREL para que serve o Centro de Área Educativa da Lezíria e do Médio Tejo, que agora até tem dois coordenadores (um para a Lezíria e um para o Médio Tejo, pois claro!), se nem do frondoso jardim da vivenda que ocupa em Santarém consegue tratar.Um abraço metafísico do Serafim das Neves
Esfusiante Manuel Serra D’Aire

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