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Transformar cascas e escamas em flores

Brízida Silva, artesã de Cotovios, Vila Franca de Xira

A partir de cascas de cebola e escamas de peixe, Brízida Silva consegue fazer flores que encantam nas molduras feitas pelo marido.

Costureira toda a vida, Brízida Silva tem uma habilidade natural para trabalhos manuais. Assim se explica que sem qualquer formação tenha começado, há cerca de dois anos, a fazer quadros com flores feitas a partir de escamas de peixe e cascas de cebola. Quando o marido adoeceu e passou a estar em casa, esta artesã de Cotovios, São João dos Montes, no concelho de Vila Franca de Xira, pensou em encontrar uma ocupação que lhe permitisse trabalhar em conjunto com o marido. A inspiração para este tipo de trabalho veio de dois quadros desta arte que havia trazido, há oito anos, dos Açores. Na altura, Brízida Silva ficou encantada por aqueles trabalhos e disse: “um dia hei-de fazer igual”. A oportunidade surgiu e a artesã e o marido têm dedicado grande parte do seu tempo a esta actividade.“Ele é que faz todas as molduras e parte das montagens e eu faço as flores”, refere Brízida Silva. Como ainda trabalha como costureira é nos serões que se dedica a fazer as flores. Já o marido passa o dia a fazer as molduras e a arquitectar a forma como dispor as flores no quadro. A artesã de Cotovios aprendeu este trabalho de transformar materiais menores em arte apenas através da observação, mas adianta que não é nada difícil. Adquirir o material é, também, uma tarefa facilitada: as cascas são das suas cebolas ou de pessoas que vendem e lhe dão e as escamas pede aos peixeiros. Apenas tem que comprar fio de prata e brilhantes para que as cascas e as escamas se transformem em bonitas flores.Brízida Silva começou a vender os seus quadros de flores pelas festas em São João dos Montes e a partir daí passou a receber encomendas. Entretanto, já fez exposições em Cotovios, Trancoso e Alhandra.A artesã refere que, embora não sejam muitas as pessoas a comprar, são várias as que admiram o seu trabalho. “Muita gente pede para eu dar cursos para ensinar a fazer isto”, diz, notoriamente, orgulhosa. Contudo, Brízida Silva refere que não se sente preparada para tal, porque, diz, “ainda não sei o suficiente para ensinar”. Por isso, o próximo passo desta artesã vai ser comprar livros sobre a matéria. “Quero especializar-me, só depois ensinarei”, remata Brízida Silva.

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