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Monumento ferrugento

Não sei se esta minha carta tem algum interesse uma vez que se trata de uma simples opinião sobre arte e eu de arte pouco ou nada percebo. Mas tenho olhos e sensibilidade e se a arte é algo que faz despertar em nós os melhores sentimentos então não será descabida esta carta.Vem isto a propósito do monumento aos mortos do ultramar português inaugurado há dias numa das rotundas da cidade do Entroncamento. Não consegui saber quem é o autor da escultura porque no site da câmara não estava essa indicação e O MIRANTE também não lhe fez qualquer referência, mas isso não altera o que vou dizer.Uma peça em pedra com uma cruz em metal perto da base e uma peça em metal ferrugento um pouco mais alta representam o quê? Use a imaginação, dir-me-ão alguns. E eu responderei que já imaginei tudo e mais alguma coisa sem chegar a lado nenhum. Não gostava de ver um soldado enorme de metralhadora em punho feito em bronze ao estilo das estátuas que estão em Riachos, na Chamusca ou em Alpiarça (creio que são de um senhor chamado Armando Ferreira). Mas um bloco de metal ferrugento encostado a um outro de pedra. Homem branco, homem negro? Não arrisco. E negro ferrugem? Já vi pior, é bem verdade. Já vi muito pior. E aquilo sempre é mais digno que o tanque de guerra que a determinada altura alguém pensou em colocar naquela rotunda. Para mau gosto já chega a chaimite que está ao lado do Salgueiro Maia em Santarém (está ou estava). Mas não podia deixar de partilhar esta reflexão com os leitores de O MIRANTE. João Carlos Moita

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