O orçamento municipal de Vila Franca de Xira para 2006 perde quase nove milhões de euros em relação ao exercício em curso. A proposta para um orçamento de 77 milhões e 544 mil euros foi aprovada com os votos favoráveis do PS, a abstenção do PSD e os votos contra da CDU. As grandes opções do plano, que inclui o Plano Plurianual de Investimentos e as actividades mais relevantes para o mandato (2005/09), também foram aprovadas com a mesma votação.O debate da proposta apresentada pela maioria socialista decorreu na reunião extraordinária de quarta-feira, 30 de Novembro, logo pela manhã, e demorou cerca de três horas e meia.A CDU apresentou 27 sugestões, mas nem uma foi aceite. “Nenhuma delas pode ser uma grande opção. Por exemplo, o programa de instalação de valetas não é uma grande opção, apesar de ser uma aspecto a considerar”, ironizou a presidente da câmara.Mas a CDU apresentou outras propostas. O reforço de verbas para recuperação da habitação degradada nos núcleos urbanos mais antigos, a requalificação da cidade antiga da Póvoa de Santa Iria, incluindo o Cine-Nazaré e o barracão do Sal, um parque de estacionamento a Norte de Vila Franca, o cemitério da Castanheira e a cobertura do polidesportivo de Calhandriz, entre outras. Maria da Luz Rosinha considerou que a CDU não aprovaria o orçamento e as grandes opções, mesmo que fossem aceites todas as suas ideias. “Os senhores não estavam em condições de alterar o sentido de voto”, concluiu.Os vereadores Carlos Coutinho e Nuno Libório fizeram a defesa das sugestões da coligação comunista com discursos críticos em relação ao modelo de gestão dos socialistas. “Não há nenhum conceito de desenvolvimento estratégico. Há um vazio de opções”, referiu Coutinho. O autarca comunista recordou que as grandes opções da maioria assentam num Plano Estratégico Concelhio (PEC) e numa revisão do Plano Director Municipal (PDM) que “não foram debatidas e aprovadas pela câmara”.O vereador do PSD/CDS-PP, Rui Rei recuperou a estrutura do discurso do ano passado e introduziu algumas alterações que o aligeiraram. O autarca social-democrata criticou a violação da lei das finanças locais por parte do Governo socialista e frisou uma queda das receitas do município em mais de 10 por cento. O autarca considerou que as propostas do PSD/CDS-PP seriam outras e justificou dessa forma a sua abstenção.Mesmo assim, Rui Rei viu a câmara aceitar uma extensa lista de sugestões, a maioria vai de encontro e complementa o programado pela maioria socialista.A presidente Maria da Luz Rosinha defendeu que o PPI responde transversalmente aos compromissos de todos os partidos. A edil destacou um conjunto de obras a realizar nos próximos quatro anos, com particular destaque para as acessibilidades e os espaços de lazer e de cultura.O Nó II de Vila Franca com um novo acesso a Sul da cidade para quem segue para Lisboa, a correcção do nó de Alverca e o alargamento e reparação da estrada dos Caniços (Vialonga-Forte da Casa) são algumas das intervenções previstas. Mas a câmara compromete-se também a construir o museu do Neo-Realismo em Vila Franca, as piscinas no Forte da Casa, o espaço cultural Salvador Marques em Alhandra e o Centro Cultural do Bom Sucesso e o parque de robots, em Alverca.Os pavilhões desportivos do Sobralinho, Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras não foram esquecidos na longa lista da presidente que inclui ainda a construção das estações de tratamento de esgotos de Vila Franca e Alverca e os bairros sociais dos avieiros da Póvoa de Santa Iria e de Vila Franca de Xira e no Bom Retiro.Rosinha divulgou mais de 30 obras relevantes a executar em quatro anos. A maioria é financiada pela administração central ou por fundos comunitários Nelson Silva Lopes