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Uma vida por detrás dos palcos

Uma vida por detrás dos palcos

António Baião, produtor de espectáculos

António Baião produz espectáculos musicais, desfiles de moda, festas para crianças ou jantares. O produtor trabalha na sombra e não se poupa a esforços para que os espectáculos corram bem e tenham êxito.

Por detrás dos palcos, António Baião certifica-se que tudo corre bem durante um espectáculo. Fazer com que tudo seja perfeito, quer para quem assiste quer para quem actua actua, é o objectivo da sua actividade como produtor de espectáculos. Até há oito anos, António Baião vivia pacatamente, em Moscavide, a trabalhar nos dois estabelecimentos comerciais que possuía. Quando conheceu a cantora de música popular portuguesa Nucha a sua vida começou a agitar-se. A amizade com esta artista levou-o até aos bastidores do mundo espectáculo, que o fascinou. Pouco tempo depois, António Baião deixou as suas lojas, mudou-se para Salvaterra de Magos e começou a trabalhar num armazém. Nesta altura teve também início a sua aventura por detrás dos palcos: aos fins-de-semana, António passou a acompanhar, como técnico de luz e som, a extinta boys band Excesso.Durante dois anos percorreu o país com este grupo, uma experiência que, diz, lhe permitiu “ganhar calo”. Depois deste período, António Baião decidiu, então, criar a sua própria produtora de espectáculos. De entre as actividades exercidas por António destaca-se a realização de espectáculos musicais, embora também produza desfiles de moda, festas para crianças ou jantares. Para o produtor, organizar espectáculos é hoje o que mais gosta de fazer na vida. O trabalho de António Baião começa quando alguma entidade ou alguma pessoa o contacta para organizar um espectáculo. A idealização de todos os pormenores do evento é o primeiro passo do produtor e esta é a parte que mais prazer lhe dá. Depois de contratados os artistas que irão participar, António trata do arranjo do palco. Certifica-se se tem as dimensões correctas, se é coberto e providencia uma decoração de acordo como o tipo de espectáculo. A seu cargo estão também os camarins dos convidados, providenciando água, frutas e toalhas. Nada de excentricidades, até porque, diz, os profissionais com quem trabalha são “pessoas simples”.Já durante o evento, a preocupação de António Baião é o controlo da luz e do som. Embora não lhe caiba já manusear o material, não deixa de estar atento a estes dois elementos fundamentais num espectáculo. Paralelamente, o produtor tem que “tomar conta do palco” para impedir que fãs mais empolgados tentem uma aproximação indesejada. Durante os oito anos dedicados a esta profissão, António diz que nunca passou por situações realmente complicadas no que diz respeito ao comportamento dos fãs. No entanto, no período em que acompanhou os Excesso o produtor afirma ter “visto fãs fazerem coisas que nunca pensei ver! Gritavam e choravam, foi dos maiores casos de assédio a que assisti.”De entre os inúmeros espectáculos que já produziu, António Baião destaca um dos que lhe deu mais prazer: uma gala de beneficência realizada há cerca de três anos, em Salvaterra de Magos. Na praça de touros o produtor juntou vinte nomes conhecidos do nosso panorama musical para a I Gala da Música Portuguesa Contra a Droga. Foi uma “praça cheia”, como refere orgulhoso António, que assistiu à actuação de cantores como Maria Lisboa, Susana Vargas ou o duo Nelo Silva e Cristiana, que participaram gratuitamente. Para o produtor, “foi um prazer muito grande as pessoas terem correspondido ao meu convite”.Este espectáculo foi apenas mais um dos vários de beneficência que produziu. “Já que tenho conhecimentos para ajudar, faço-o com prazer”, explica. Ainda há cerca de dois meses organizou um concerto com vários cantores para ajudar a Arepa, a Associação Recreativa e Cultural do Porto Alto..Ao longo destes anos de actividade, António Baião foi criando um grupo de amigos pessoais entre os famosos da música popular portuguesa. Rui Bandeira, Melão e José Alberto Reis são algumas dessas pessoas com as quais o produtor diz ser “maravilhoso” trabalhar e conviver.Dada a riqueza da actividade, António lamenta não ter começado mais cedo a sua actividade nos bastidores do espectáculo. Por isso, espera dedicar o resto da sua vida à produção de eventos deste género, porque, frisa, é uma grande satisfação. Sara Cardoso
Uma vida por detrás dos palcos

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