Carlos Albuquerque não se recandidata
Sexta-feira há assembleia geral para eleição de novos órgãos sociais no Ouriquense
O actual presidente do Estrela Ouriquense, Carlos Albuquerque, não se vai recandidatar à presidência do clube de Vila Chã de Ourique. Depois de algumas ameaças de abandono em anos anteriores, anuladas á ultima hora para que o clube não ficasse sem direcção, desta vez o dirigente garante que a decisão é mesmo irreversível.“É ponto assente que vou sair. As pessoas é que têm de decidir o que querem fazer e se dizem que gostam tanto do Estrela têm agora oportunidade de o mostrar e poderem agarrar o clube. Vila Chã de Ourique tem 4 mil habitantes. Têm obrigação de arranjar alguém para tomar conta do clube. Já fui entalado inúmeras vezes em cima da hora para ter de ficar mas desta não há hipótese de continuar”. A assembleia de sexta-feira é a quarta para tentar encontrar nova direcção, uma vez que o mandato da anterior acabou em Dezembro último. As três reuniões anteriores foram todas infrutíferas porque ninguém quis assumir a responsabilidade de gerir o clube.O ainda presidente do clube de Vila Chã de Ourique esclarece que já apareceram alguns sócios dizendo que se houvessem mais dois ou três interessados ficariam, mas sempre com a sua colaboração. Mas Carlos Albuquerque nem quer ouvir falar desse cenário. “Escusam de vir com essas conversas porque eu não fico em nenhum cargo. E digo mais. Nunca mais fico em colectividade nenhuma. A partir de agora o associativismo para mim acabou”, garantiu ao nosso jornal.Questionado pelos motivos do seu descontentamento, o dirigente não poupa nas críticas. “Saio chateado com tudo e com todos. Ando há dois anos a jogar fora de casa. Vocês têm acompanhado o clube e sabem que o que eu estou a dizer é verdade. Não temos tido apoio absolutamente nenhum. Cada jogo que faço em casa tenho de pagar 600 euros e ainda não fiz um centavo de jeito. Não é fácil trabalhar assim”.Se não aparecer ninguém interessado em ficar à frente dos destinos do clube, Carlos Albuquerque já vai avisando que só fica até final da época. “Vou fazer o meu papel até ao fim, conforme o meu compromisso. Depois as pessoas que não venham chutar para cima de mim que deixo fugir jogadores ou treinadores. Acabando o campeonato não sou mais presidente do Estrela. Não tomo mais conta disto. Dei uma época de avanço. Só não toma conta daquele clube quem não quiser. Têm oportunidade de vir já para aqui para se irem inteirando das coisas. Quem quiser aparecer aparece e quem não quiser não apareça. Mas podem ter a certeza que desta vez não vou à procura de ninguém”.Embora reconheça que o clube tem alguns problemas, o ainda presidente do Ouriquense garante que o clube nada deve aos jogadores. “Estava toda a gente preocupada. Inclusive alguns jogadores meus que estavam preocupados que o clube lhe ficava a dever. O Estrela neste momento não deve nada aos jogadores. Há aqui pelo menos dois jogadores que ainda não receberam três meses dos clubes deles do ano passado. Isso ninguém se preo-cupa. Falam é do Estrela”.Sintético enroladoUm dos motivos dos descontentamento de Carlos Albuquerque é o facto de o campo sintético não estar ainda construído e de o clube andar a jogar fora de casa há mais de um ano.Apesar do presidente da autarquia ter garantido há cerca de um mês que dentro de seis meses todos estarão satisfeitos com os sintéticos concluídos, Carlos Albuquerque diz que não faz a mínima ideia de como está o processo. “Não tenho sido informado de nada. Continuo a acreditar nas pessoas e fico a aguardar que haja novidades em breve”.Actualmente o Estrela joga e treina no Estádio Municipal do Cartaxo, cujo relvado se ressente de tanta utilização, uma vez que o SL Cartaxo também utiliza o mesmo campo. “O estádio tem estado disponível para treinarmos mas nós temos coração e não vamos para ali para lavrar aquilo tudo, pelo que até os treinos são restringidos”, conclui o dirigente.
Mais Notícias
A carregar...