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Europeus cada vez mais consumistas

Europeus cada vez mais consumistas

Portugueses são os menos gastadores da Europa dos quinze

As despesas com lazer, cultura e diversão aumentaram sensivelmente na União Europeia na última década, tal como a factura com energia e saúde. Em contraponto, os gastos com alimentação e bebidas estão a diminuir.

As despesas das famílias europeias aumentaram cerca de um terço entre 1990 e 2002 e correspondem, em média, a 12 mil euros anuais por pessoa, sendo os portugueses os menos gastadores da Europa dos 15.Os portugueses gastam por ano apenas 7.000 euros, situando-se no extremo oposto os franceses, com 16 mil euros de despesas anuais por pessoa, de acordo com um estudo da Agência Europeia do Ambiente (AEA) sobre a relação entre o consumo das famílias europeias e o ambiente. As despesas com necessidades básicas como a alimentação, o vestuário e a habitação aumentaram, mas menos do que a despesa total.Os gastos com lazer, cultura e jantar fora subiram 30 por cento, com os transportes e comunicações 33 por cento e com a saúde 56 por cento.Neste relatório, a AEA constatou que os europeus destinam uma parte cada vez menor do orçamento familiar à alimentação e bebidas, consomem mais energia, compram mais aparelhos electrónicos, usam, sobretudo, o automóvel para se deslocar e viajam cada vez mais.A Europa recebe anualmente mais de metade dos turistas internacionais, sobretudo a região mediterrânica, mas o rápido crescimento do turismo tem tido consequências negativas para o ambiente, concluiu a AEA.O turismo na Europa tem crescido cerca de 3,8 por cento ao ano e representa anualmente quase 60 por cento das chegadas internacionais (400 milhões de chegadas).Cerca de 88 por cento das chegadas internacionais a países europeus provêm de outras partes da Europa.As regiões junto ao mar são as mais apetecíveis: 63 por cento dos europeus preferem este destino de férias.Outra tendência crescente é a compra de segundas casas, para férias e fins-de-semana, muitas delas localizadas em zonas ambientalmente sensíveis, áreas costeiras e zonas de esqui, com efeitos negativos sobre a biodiversidade.O crescimento do turismo tem-se reflectido também no aumento das emissões de gases com efeito de estufa, devido às viagens de carro e aéreas, no maior consumo de energia e água, necessidade de uso crescente do solo e maior produção de resíduos nos destinos turísticos.Por outro lado, os gastos com alimentação e bebidas - outro item analisado pela AEA - continuam comparativamente a diminuir, embora quase um terço do impacto ambiental das famílias esteja relacionado directa ou indirectamente com este tipo de consumo (produção e processamento de alimentos, efeitos da agricultura, criação de gado e indústria no solo, água e ar.Os europeus canalizam entre 10 a 35 por cento do seu orçamento familiar para os alimentos e bebidas, sendo a percentagem menor relativa aos membros da Europa dos 15 e a percentagem mais alta associada aos novos membros da União Europeia.A habitação representa 25 por cento das despesas das famílias europeias, incluindo o consumo de energia e de água e a produção de lixo.As casas são cada vez mais luxuosas e estão equipadas com os mais diversos aparelhos electrónicos que, embora sejam mais eficientes em termos energéticos, têm contribuído para as emissões de gases com efeito de estufa e para a produção de resíduos por serem cada vez mais usados.Quanto ao uso dos transportes, tem-se mantido estável representando cerca de 14 por cento dos gastos dos agregados familiares da Europa.As viagens rodoviárias estão agora a crescer de forma mais lenta, comparativamente ao Produto Interno Bruto (PIB), mas as viagens aéreas estão a crescer mais depressa do que a economia.Os padrões de consumo são moldados por factores económicos e tecnológicos como a melhoria dos rendimentos, a globalização da economia e “inovações” como a Internet e o telemóvel, mas dependem também de factores demográficos.A tendência é para a diminuição dos agregados familiares (o que contribui para aumentar o consumo de energia e água e produzir mais lixo por pessoa) e para uma população mais idosa (que pode implicar o aumento das despesas com saúde e viagens e mais segundas casas).Lusa
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